quinta-feira, agosto 25, 2005

«Entrar da melhor maneira no projecto da subida»

a opinião de Luís Leal*


O Varzim tem um palmarés brilhante no futebol português, desde que abandonou os campeonatos distritais na época de (1961/62) para andar nos nacionais, A estreia no Campeonato Maior foi em 1963/64.
No seu curriculum conta com 21 presenças na I Liga e I Divisão (com um 5.º lugar em 78/79 como marco principal), 7 presenças na II Liga e Divisão de Honra (tendo conquistado o 1.º lugar por duas vezes em 96/97 e 2000/1). Para além disso assinou 15 presenças na II Divisão ou II Divisão B, conquistando o título de campeão por três vezes (62/63, 75/76 e 95/96). E quando a III Nacional era composta pelas melhores equipas do Distrital, participou quatro vezes nesse escalão, onde obteve o título de campeão em 61/62. Importa também não esquecer que o emblema alvi-negro participou desde essa altura em todas as edições da Taça de Portugal, registando 43 presenças, duas delas com a chegada às meias finais.
Quem tem um palmarés destes, assiste-lhe todo o direito de querer andar na alta roda do futebol português. É por isso que esta temporada, depois de reparado o susto da possível despromoção à II-B em 2004/5, prevalece dentro do Varzim a aposta na subida à Superliga. Nesse sentido foi mantido o “treinador da salvação” (Horácio Gonçalves), que em boa hora regressou à “casa paterna”.
A tarefa de estudar a melhor forma de estruturar um plantel que se adaptasse não só aos anseios da subida, mas também à imagem das deficiências financeiras do Clube pertenceu em partes iguais à Direcção e ao treinador.
Se os exemplos revelados no período de preparação davam a entender que havia gente para discutir seriamente os dois lugares da promoção, o jogo da primeira jornada na Maia, no dia 21, veio reforçar as expectativas, com uma justa vitória por 2-1 fundamentada numa exibição que primou pelo colectivismo e pela força de vontade de todos os jogadores. A ponto de terem dado a volta ao resultado em poucos minutos... depois da equipa estar a perder por 1-0.
Embora ainda estejam a ser dados os primeiros passos na longa maratona de 34 jornadas, o certo é que as entradas foram promissoras e podem dar mais alento, até porque “candeia que vai à frente ilumina duas vezes”. E é sempre necessário ver-se o caminho iluminado para não se dar passos em falso.
Foi bom ver como Coste regressou depois de seis meses a cumprir uma sanção disciplinar imposta pelo Conselho de Disciplina. Jogou, fez jogar, marcou e ajudou a marcar. Seja bem-vindo o avançado francês depois de longa ausência e de exibições pouco condizentes com o valor demonstrado anteriormente na Naval. E como foi agradável ver o capitão Alexandre regressar às boas exibições. Pormenores que, aliados a outros, fizeram do Varzim uma equipa de combate, a dar a entender que se pode contar com ela para que os anseios varzinistas sejam satisfeitos. Sempre a contar que vão aparecer ainda muitos escolhos.
E por isso, a pergunta anda muito pelos ares poveiros: temos equipa para subir ou não? Ninguém pode prometer seja o que for e muito menos nesta época em que o Campeonato vai tornar-se mais duro do que sempre foi, uma vez que sobem apenas duas equipa à Superliga e baixam seis à II-B.
A luta pela fuga à despromoção será mais árdua do que a corrida aos lugares cimeiros, porque durante o Campeonato vão estar mais equipas com o “credo na boca”, do que propriamente acomodadas aos dois lugares privilegiados.
O Varzim entrou bem, não haja dúvidas. Mas o Campeonato prossegue já no próximo domingo, com a 2.ª jornada, em que até à Póvoa de Varzim vão de abalada os serranos da Covilhã. Não para fugirem dos incêndios florestais que tanto danificaram as suas terras, mas para “deitarem fogo” aos anseios do adversário.
O Sporting da Covilhã vem aureolado de “gigante”, por ter batido no seu terreno o despromovido Moreirense que partiu para o campeonato apostado em regressar ao Reino dos Grandes Deuses.
Não se pode dizer que foi uma vitória do acaso aquela obtida no domingo nas fraldas da Serra da Estrela pelos “leões” locais. Quanto mais não seja, porque (apesar de vir de um escalão inferior) o Covilhã marcou dois golos e o Moreirense só marcou um. Não há argumento mais forte do que este facto incontornável.
Daí que não se possa levar as coisas como “favas contadas” para o lado varzinista, só porque a equipa foi desfeitear um assumido candidato à subida no seu próprio terreno. Antes levar em conta que o seu próximo adversário também bateu outro assumido candidato e ainda sente os ares vitorioso da época passada quando, ao vencer a zona Centro da II-B, teve o direito de entrar na Liga de Honra – facto que sempre dá alento. E mais ainda quando se entra a vencer.
Seja como for, pela amostra dado na Maia (e já na pré-temporada), o Varzim reúne as melhores condições para repetir na Póvoa o que fizera na primeira jornada em terreno alheio. Mas sempre levando em consideração que “cautelas e caldos de galinha…”.


* Jornalista do Comércio da Póvoa e Director do jornal «O Varzim», escreve habitualmente neste espaço às quintas-feiras

1 comentário:

Costinha disse...

Mais uma vez parabén ao blog, por conseguirem conquistar tão nobre colaborador...
Saudações Varzinistas
[Tribunal] Superior Sócios