

São as três ideias que sintetizam aquilo que se passou esta tarde no Estádio do Varzim. Perante um Covilhã ultra-defensivo e venenosamente contra-atacante, o Varzim entrou no jogo como lhe competia: a dominar em toda a linha. O primeiro aviso foi dado logo aos 30 segundos por Figueiredo: numa bola rechassada da grande área serrana, o médio poveiro aproveitou a posição frontal à baliza e atirou não muito longe do alvo.
Foi uma amostra de um Varzim combativo, decidido a pegar no jogo desde o início para amealhar os três pontos. De dois em dois ou de três em três minutos, lá vinha um jogador poveiro pronto para o disparo à meia distância. Sim. À meia distância, porque da maneira que o técnico João Salcedas montou o esquema para a deslocação do Covilhã à Póvoa, cedo se notou que seria impossível qualquer jogador do Varzim encontrar espaço para jogar à mercê da linha de golo. Esse aspecto foi, de resto, realçado por Zacarias Assunção, na última conferência de imprensa da equipa técnica poveira antes do encontro.
Em todo o caso, era justo... sem qualquer tipo de pretensiosismo faccioso... que o Varzim ganhasse. Mas em futebol, a realidade e a experiência provam-nos que nem sempre ganha quem merece. É talvez o mais frequente dos lugares comuns do futebolês: ganha quem marca... e quem não marca arrisca-se a sofrer.
O Covilhã leva para casa o prémio da eficácia... dois remates à baliza... dois golos... fotocópia um do outro... marcados pelo mesmo jogador (Sanussi, aos 18 e 42').
O Mundo desabava em cima do Varzim.
JOÃO SALCEDAS OU O OTTO REAGGELL DA SERRA?
Lembram-se da final do Euro 2004... em que Portugal procurava atacar e a Grécia defendia a baliza a sete chaves para depois, em dois ou três toques, se pôr defronte da baliza das quinas?
O que aconteceu hoje na Póvoa foi mais ou menos isso: contra a corrente de jogo, e numa atitude plena de eficácia contra-atacante, os leões da Serra saltaram para a frente do marcador ainda na primeira parte... e pela diferença de dois. Os poveiros viam o seu esforço entrar na baliza errada e isso reflectiu-se um pouco no estado anímico dos alvi-negros.
O 0-2 ao intervalo era o pior resultado que o Varzim podia levar para as cabines, até porque na segunda parte já se previa aquilo que acabou mesmo por acontecer: o Covilhã atascou-se nos últimos 20/30 metros do seu meio campo e o Varzim, diga-se em abono da verdade, tardou em encontrar uma solução para «furar» a muralha da Serra.
Talvez Rui Miguel devesse ter entrado logo no primeiro tempo, a seguir ao primeiro golo dos visitantes. A ideia seria colocá-lo ao lado de Costé que, literalmente, se eclipsou na apertada malha defensiva dos serranos.
O segundo tempo trouxe, uma vez mais, um Varzim com o arsenal virado para a baliza covilhanense: os ataques sucederam-se, uns atrás dos outros, as oportunidades de golo iminente não paravam de surgir, mas é um facto que entre outros factores (que nem a técnica, a velocidade ou a vontade dos jogadores alteram), os poveiros tiveram mais azar do que desacerto no capítulo da finalização. Mas tantas vezes vai o cântaro à fonte que, a 20' do fim, Eliseu recebeu de cabeça um cruzamento da direita e anichou a bola no fundo das redes. O jogo estava relançado mas, além de restar pouco tempo até ao terminus, os serranos nunca descuraram o rigor defensivo. Eram 11... pareciam 20 ou 30... tudo à defesa.
ARBITRAGEM VERGONHOSA DE ELMANO SANTOS
Será possível dar notas abaixo de zero às arbitragens? O senhor Elmano da Madeira está mesmo a pedi-las. É uma vergonha que estas aberrações andem por aí à solta a arbitrar jogos em campeonatos profissionais. Péssimo no capítulo disciplinar, pior no capítulo técnico. Uma arbitragem excessivamente tendenciosa. Terá sido encomendada?
Dispensamo-nos a enumerar os erros do madeirense um a um... ou nunca mais saíamos daqui. Realçam-se, pelo menos (e já não é pouco), duas grandes penalidades sobre Mendonça e Rui Miguel que escandalosamente não foram assinaladas. Há ainda um terceiro lance de eventual grande penalidade, mas que suscita dúvidas... pelo que damos o benefício da dúvida.
Contudo, convenhamos que, a ser prejudicado assim, também é difícil ganhar jogos.
ADEPTOS INCANSÁVEIS NO APOIO À EQUIPA
Parabéns aos adeptos do Varzim. A nota máxima vai para eles: acreditaram do início ao fim, apoiaram a equipa em todos os momentos, mesmo depois da avalanche dos 0-2 que abananou um estádio inteiro.
E no final, standing ovation para os nossos heróis. Não houve apupos, nem assobios... houve incentivos e ficou a promessa de que, no dia 11 de Setembro lá estaremos no Marco de Canaveses a lutar pela vitória... os 11 em campo e o 12.º jogador na bancada.
Hoje perderam mas deram tudo deles em campo.
E assim vale mesmo a pena acreditar! OBRIGADO RAPAZES!
No final do encontro, Horácio Gonçalves fez menção a esse apoio da massa associativa, «porque soube compreender que os jogadores deram tudo em campo e mesmo assim não desanimou com a derrota». O técnico poveiro elogiou ainda «a atitude e a garra da equipa» perante «um adversário que apenas se limitou a fazer pela vida, defendendo como podia e jogando um futebol de passe comprido».
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Jogo no Estádio do Varzim SC, na Póvoa de Varzim
Espectadores: 2500
Árbitro: Elmano Santos (Funchal)
Intervalo: 0-2
VARZIM: Saric; Joca (Cícero), Alexandre (Rui Miguel), Nuno Gomes, Rafael Cadorin; Tito, Emanuel, Figueiredo; Eliseu (Anderson), Costé, Mendonça
GOLO: Eliseu (70')
CARTÕES: Alexandre (7') e Joca (44')

MELHOR EM CAMPO: Eliseu - Deu a velocidade necessária ao ataque varzinista e fez um jogo à imagem daquilo que nos habituou. Eliseu é um jogador com raça, que faz mexer a equipa e que põe os defesas adversários em sentido. Teve o prémio merecido: marcou o golo que relançou o encontro. Foi, no entanto, sacrificado para dar o seu lugar a Anderson numa altura em que a equipa procurava inverter o resultado.
3 comentários:
Já que se fala do Eliseu gostei de ver a forma como festejou efusivamente o golo e como se virou para a bancada pedindo o apoio do publico. Também neste lance ficou patente a garra de Emanuel na forma como festejou o 2-1 para a bancada.
Quanto ao jogo, o post ilustra bem oque foi. Varzim a dominar e a massacrar e o Covilhã a defender com 9/10 homens atrás da linha da bola e a assumir uma triste postura de antijogo (3 substiutições a passo sendo que numa delas o jogador atravessa quase de uma linha lateral a outra a passo)...o futebol dispensa este tipo de compotamento...mas este é também o futebol que temos.
A eqipa está de parabéns pela forma como lutou contra tudo e pela garra e vontade de vencer que exibiu.
A arbitragem essa nem merece comentários. Pactuou com a tristeza do antijogo, deixou os cartões no bolso (quantas vezes!), fez vista grossa a muitas faltas e entradas, perdoou 2 grandes penalidades, e foi tão mal ou ainda pior assistida ( havemos de lhes chamar arbitros assistentes ou os "velhinhos" fiscais de linha?)...vergonhoso!
Parabéns à massa associativa que sempre acreditou e não se cansou de incentivar a equipa...exemplar!
Uma última palavra para o que se passou de negativo antes do jogo...os bilhetes de sócio acabaram, a informação de que os sócios poderiam aceder ao interior do estádio com a quota 7 e sem bilhete demorou a chegar e a confirmar e muito mais demorou a chegar aos porteiros. Posto isto muita demora na entrada e para muita mas mesmo muita gente entrada tardia...mais organização precisa-se! Queremos estar no topo...dentro e fora das 4 linhas.
Ala-arriba Varzim!
5 pontos essenciais:
- Má entrada do Varzim em campo;
- Boa reacção ao 2-0 com a chamada RAÇA POVEIRA;
- Péssima arbitragem;
- Falta de bilhetes de sócio;
- Grande apoio dos associados.
Com estes jogadores e adeptos vamos longe...
ALA-ARRIBA VARZIM
[Tribunal]- Superior Sócios
O Eliseu esteve muito bem, mas não consigo deixar de enaltecer a exibição do Emanuel...Jogou a 2a parte toda a defesa direito e a verdade é que a grande maioria dos ataques alvinegros foram por aquele lado.
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