domingo, setembro 11, 2005

Com sabor a vitória... mas pouco!


2 VS 2


Os primeiros minutos da partida faziam prever uma verdadeira hecatombe para as cores poveiras. Não porque o Marco tivesse entrado a dominar avassaladoramente, não porque os da casa fossem até melhores que os jogadores do Varzim (bem pelo contrário). Mas porque a eficácia mortal, associada a alguma infelicidade do guardião Saric, quase deitou por terra a esperança de se concretizar aquilo que viria a ser o desfecho de um encontro emotivo até ao último minuto.
Mas vamos por partes: 48 segundos de jogo e o Marco bate pela primeira vez a baliza poveira, numa altura em que as equipas ainda nem tinham chegado à fase de se estudarem mutuamente. Um balde de água fria? Nem por isso. Os poveiros souberam reagir ao tento dos da casa, criando lances de perigo, mostrando vontade em não virar a cara à luta... até porque a desvantagem era mínima e ainda havia todo o tempo do mundo para inverter o mau resultado.
Mas 10 minutos depois, Saric não agarra uma bola perfeitamente defensável, resultante de um cruzamento da direita, e o esférico sobra para o lado oposto para um jogador do Marco que à boca da baliza não perdoou. 2-0 já cheirava a frustração, não só pela infelicidade do guardião sérvio-montenegrino mas, acima de tudo, pelo facto dos poveiros não merecerem castigo tão duro em tão pouco tempo. Mas factos são factos e o certo é que aos primeiros dez minutos de jogo, o Marco tinha tudo para desanimar o Varzim e aumentar a vantagem. Mas para isso era preciso inteligência e qualidade. E os homens da casa provaram que não têm nem uma coisa nem outra.


Varzim perigoso nos lances de bola parada


A hora era de reagir e o colectivo comandado por Horácio Gonçalves nunca baixou os braços. Se é certo que no capítulo da construção de jogadas de perigo com princípio, meio e fim, o Varzim ainda tem algo a trabalhar, também não é menos verdade que nos lances de bola parada os poveiros são perigosos q.b.
Foi aliás nessa forma de jogar que o Varzim investiu e quantas vezes assustou as gentes da casa: um dos lances de bola parada mais perigosos surgiu dos pés de Cícero a meio da primeira parte. Num livre em posição quase frontal à baliza de Celso, o médio brasileiro rematou estrondosamente à barra para desespero dos cerca de 70 adeptos poveiros que se deslocaram ao Estádio Avelino Ferreira Torres. Mas antes, um dos casos do jogo. Num lance resultante de um pontapé de canto marcado do lado esquerdo do ataque alvi-negro, a bola é defendida com a mão por um defesa marcoense e o árbitro Artur Soares Dias fez vista grossa. E esta foi apenas uma de muitas situações em que ficou a nítida sensação que esta arbitragem não estava para ser imparcial.
Com o aproximar do intervalo, a ordem era atacar e era preciso introduzir a criatividade de um camisa 10. Aos 33 minutos de jogo, Horácio faz a primeira mexida na equipa e faz entrar Eliseu para o lugar de Figueiredo. O jogador emprestado pelo Belenenses entrou bem, esforçou-se imenso como é seu timbre, mas foi colocado a lateral esquerdo. Não rendeu aquilo que se esperava e foi sacrificado aos 65 minutos para entrar Pedrinho.
O relógio não parava e o Marco jogava com os minutos a seu favor... chega o intervalo e o 2-0 soava a uma imensa injustiça. Mas o Varzim não apresentava soluções e só havia mais 45 minutos para correr atrás do prejuízo.


Segunda parte a todo o gás


Era hora de pôr mais um avançado a jogar. Horácio aproveitou a lesão do lateral esquerdo Rafael Cadorin para mudar o figurino do jogo. Ao intervalo o brasileiro saiu para dar o lugar a Rui Miguel. Na segunda parte, Marco foi coisa que não se viu.
Só deu Varzim mas parecia que os deuses do futebol não queriam nada com os poveiros. Foram precisos 22 minutos na segunda parte até que o Varzim marcasse um golo. Foi de grande penalidade. Aleluia! Depois de tanto roubo, o árbitro finalmente viu um defesa marcoense pôr a mão à bola e apontou para a marca de castigo máximo.
Chamado a converter, Cícero não perdoou. 70 gargantas poveiras gritaram bem alto o golo do Varzim. Era o princípio de um resto de jogo verdadeiramente heróico para a turma poveira.
Incentivada pelo seu público, a turma de Horácio Gonçalves acreditou e partiu para cima do Marco, mas nem sempre as incursões poveiras tinham o resultado desejado porque, volta e meia, lá vinha o Sr. Artur Soares Dias dar mais uma prova de parcialidade a favor do Marco.
Não deixa, por isso, de ser curiosa a atitude do presidente do Marco, Moura da Costa, que acusa o árbitro de ter favorecido o Varzim depois de no intervalo ter recebido um telefonema. De uma vez por todas, este lixo anda a mais no futebol! Nem vale a pena perder tempo com esta gente!
Em todo o caso, é um facto: a condescendência do senhor do apito com o anti jogo dos da casa, as faltas inventadas e a mediocridade no plano técnico nem merece comentários. E como não vale a pena perder tempo com quem não merece, adiante!
O tempo passava, e mesmo constatando que já parecia escasso para empatar, (quanto mais para ganhar), os poveiros tiveram um coração imenso e acreditaram sempre. Dentro e fora do campo. A garra poveira foi silenciando os adeptos do Marco. Minuto a minuto os da casa podiam agradecer a imensa felicidade que lhes permitiu não sofrer mais de dois golos. Exemplo disso é um cruzamento/remate de Cícero (outra vez ele) vindo da esquerda que raspou sobre o travessão da baliza de Celso.
Era só mais um aviso. Mas o insistente anti jogo do Marco parecia colocar o Varzim longe dos seus objectivos à medida que o tempo passava.
Até que chegávamos ao minuto 90.


Emanuel «O Salvador»


O árbitro deu cinco minutos de compensação (só?) e ainda havia tempo. Mas por muito que se acreditasse, o tão desejado golo do empate insistia em ficar do lado de fora da baliza.
Mas aos 94 minutos, o Varzim desenvolve uma jogada de bom entendimento no ataque, a bola sobra para Emanuel que, a poucos metros da grande área recebeu a bola descaído sobre o lado direito, olhou para a frente, deu uma sapatada na bola e... GOLAÇO!!!! SEM HIPÓTESES PARA CELSO! Saltou a tampa a tudo o que era poveiro naquele estádio!
Era golo do Varzim! Quase nem dava para acreditar! Esperámos tanto e conseguimos! Horácio não cabia em si, saltou do banco e veio festejar o golo com os adeptos do Varzim! Foi o delírio!
Repôs-se meia justiça no resultado... e os marcoenses (que já cantavam vitória) desceram do Céu ao Inferno... sem passar pelo Purgatório.
Um balde de água fria para uma equipa que buscava a sua primeira vitória nesta edição da Liga de Honra.
Foi mais uma lição de humildade, garra, entrega e resistência dos nossos rapazes.
O resultado podia ter sido melhor, é certo. Mas com jogadores assim quem é que não acredita?
UMA VEZ MAIS, MUITO OBRIGADO! E PARABÉNS A TODOS OS POVEIROS QUE ACREDITARAM E FORAM A MARCO DE CANAVESES!

A hora é de apoiarmos os nossos jogadores!
Todos ao estádio no próximo Sábado às 16 horas para ajudar a equipa no jogo com o Estoril!

Nas habituais declarações no final do encontro, Horácio Gonçalves considerou «este empate injusto. Um ponto é muito pouco por tudo o que a minha equipa fez dentro do campo. Mais uma vez, os meus jogadores mostraram atitude e carácter. O Varzim merece fazer um grande campeonato. Faltou-nos sorte e quando ela estiver do nosso lado, não sei até onde podemos chegar».
Horácio agradeceu ainda a presença em número considerável dos adeptos poveiros: «Uma palavra à massa associativa que esteve a assistir ao jogo e que não parou de incentivar a equipa. Foi ela que nos empurrou para este resultado que poderia ter sido outro. É muito importante sentirmos o apoio deles»
No fim, também os jogadores souberam retribuir o apoio com um forte aplauso aos adeptos!
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Jogo no Estádio Avelino Ferreira Torres, em Marco de Canaveses
Espectadores: 1000
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto)
Intervalo: 2-0
VARZIM: Saric; Nuno Ribeiro, Alexandre, Nuno Gomes, Rafael Cadorin (Rui Miguel, 46'); Tito, Emanuel, Figueiredo (Eliseu, 33') (Pedrinho, 65'), Cícero; Mendonça, Costé
GOLOS: Cícero (67'), Emanuel (94')
CARTÕES: Cícero (66')
MELHOR EM CAMPO: Cícero - Na primeira vez que foi titular num jogo oficial, o médio brasileiro rubricou uma excelente exibição. Provocou desequilíbrios e esteve exemplar nos lances de bola parada. Marcou o penalti que abriu caminho ao empate. Antes, no primeiro tempo, enviou estrondosamente uma bola à
trave. Já no segundo tempo efectuou um centro remate que teria encontrado o caminho certo, não fosse raspar ao de leve na barra da baliza à guarda de Celso.

1 comentário:

Ricardo Campos disse...

soube a pouco...mas atendendo à forma como decorreu o jogo não foi mau de todo já que entrámos a perder.
Cícero muito bem.
Emanuel outra vez em grande.

Ala-Arriba Varzim!
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