

76 minutos... um momento de pura magia no Estádio do Varzim: Cícero apanha-se em posição privilegiada para alvejar a baliza defendida por Fábio e, a 20/30 metros, «vai já daqui». Um GOLAÇO, indefensável para o guardião canarinho a quem pouco ou nada adiantou fazer-se ao lance.
Foi o momento mais bonito de um encontro em que as equipas reconheceram mutuamente o valor uma da outra. Resultado? Temeram-se quase a tempo inteiro o que roubou uma certa beleza ao jogo.
Mas cedo o Varzim demonstrou ao que vinha para este encontro. O objectivo poveiro era deitar para trás das costas o desaire caseiro com o Covilhã e, por isso mesmo, havia que pôr mãos à obra. Aos cinco minutos Cícero (quem mais?) apontou um livre perigosíssimo, obrigando o guardião canarinho a efectuar a defesa da tarde. Contudo, o início de jogo dos poveiros não foi o melhor. De facto, os comandados de Horácio estavam a produzir um pouco abaixo daquilo que é habitual. Mesmo assim, até ao descanso dos primeiros 45 minutos, Bruno Miguel e Nuno Gomes falharam duas excelentes oportunidades.
Mas o melhor ainda estava para vir.
Varzim demolidor no segundo tempo
À entrada para o segundo tempo, o Varzim soltou-se e tomou conta do jogo por completo logo após o primeiro quarto de hora. Muito por força das alterações introduzidas por Horácio Gonçalves que, aos 60 minutos faz entrar Rui Miguel e Figueiredo para render Costé e Rafael.
Tínhamos Varzim. Mais rematador e atrevido na manobra ofensiva, principalmente efectuada pelas alas. E neste capítulo, de saudar mais uma excelente exibição de Emanuel. Pelos pés do capitão (por ausência de Alexandre) passaram as jogadas de ataque comandadas pelo lado direito. Do lado contrário, cabia a Cícero fazer das suas. E fez!
Ataque após ataque, adivinhava-se o que já era inevitável. A cerca de 15 minutos do fim, Cícero levantou o estádio com um golo para mais tarde recordar. Tecnicamente bem executado, colocado mesmo ao cantinho, sem hipótese para Fábio.
O golo estabelecia a justiça no resultado, mas não se pense que os visitantes desistiram.
Até ao fim, o Estoril... assumido candidato à subida à Liga maior... fez pela vida e tentou correr atrás do prejuízo como pode e soube. E que grande susto aquele que os adeptos poveiros experimentaram quando, a poucos minutos do apito final, William cabeceou uma bola que levava o selo do golo mas que, para alívio dos varzinistas, foi sacudida com uma excelente defesa de Saric.
Feitas as contas ao jogo, a vitória varzinista acaba por ser justa... e dá razões aos adeptos poveiros para sorrirem e acreditarem no futuro. Mas sem embandeirar em arco. Frente ao Estoril, a vitória conquistada é só mais um passo rumo à tranquilidade que, posteriormente, nos permita pensar eventualmente noutros voos mais altos.
Já na próxima semana, o Varzim enfrenta mais um duro combate: em Matosinhos, o Leixões não nos vai fazer a vida fácil.
Mas, e já Luís Leal o disse esta semana na sua habitual crónica de quinta-feira, se mantivermos a nossa determinação (jogadores e adeptos), talvez não seja necessário pagar promessas a qualquer divindade. Temos equipa e disso não tenhamos dúvidas!
No final do encontro, Horácio Gonçalves elogiou a prestação dos seus jogadores que «voltaram a demonstrar grande qualidade e determinação» o que se traduziu em mais «uma vitória justa». Nota positiva também para o técnico poveiro que tem apostado num regime de rotatividade dos jogadores. Até agora tem funcionado bem.
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Jogo no Estádio do Varzim SC, na Póvoa de Varzim
Espectadores: 2000
Árbitro: João Ferreira (Setúbal)
Espectadores: 2000
Árbitro: João Ferreira (Setúbal)
Intervalo: 0-0
VARZIM: Saric; Nuno Ribeiro, Bruno Miguel, Nuno Gomes, Telmo; Emanuel, Tito, Rafael Cadorin (Figueiredo, 60'); Mendonça (Pedrinho 92'), Cícero, Costé (Rui Miguel, 60')
GOLO: Cícero (76')
CARTÕES: Cícero (16'), Telmo (49') e advertência a Horácio Gonçalves (90')
CARTÕES: Cícero (16'), Telmo (49') e advertência a Horácio Gonçalves (90')

MELHOR EM CAMPO: Cícero - É a segunda grande exibição consecutiva do médio brasileiro. Esteve em destaque desde a primeira hora: a começar por um livre logo aos cinco minutos (obrigando o guarda-redes do Estoril a uma defesa fabulosa) e a acabar com um golo portentoso que levou os adeptos ao delírio. Estavam decorridos 76 minutos. De resto cumpriu a missão de conduzir os ataques poveiros pelo lado esquerdo de forma exemplar. É de considerar que o médio brasileiro ex-União da Madeira é um dos responsáveis pela justiça no resultado ao fim dos 90 minutos. Um dos, porque (faça-se justiça,) o sucesso da vitória tem de ser partilhado com Emanuel que rubricou mais uma bela exibição.
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