quinta-feira, outubro 20, 2005

12.º jogador precisa-se no sábado

a opinião de Luís Leal*
Imagens: Foto Alberto e Fernando e
Site do Varzim
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O Varzim tem uma cartada difícil no próximo sábado, na Póvoa: vai ter pela frente o Aves, equipa que anda junto aos lugares de acesso à Liga e que aposta na subida. Além disso é orientada por um treinador experiente, o Professor Neca que mais do que uma vez chegou a ter um pé no Varzim... mas jamais se concretizou aquilo que ele, mais do que uma vez, considerou ser do seu agrado.
Depois de duas derrotas consecutiva, em Matosinhos, com o Leixões... e na Póvoa com o Gondomar e com um empate no Barreiro, o Varzim tem necessidade de vencer para não ficar tão perto da linha de água.
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«Não é a voltar as costas que se vê o amor clubista»
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Mas para isso, não pode contar unicamente com os jogadores e técnico. Tem que ter o 12.º jogador nas bancadas no apoio à equipa. Porque não é no voltar as costas que se vê o amor clubista. Nem com tertúlias de “bota abaixo”; nem muito menos com a divisão de gostos por este ou aquele director, por este ou aquele jogador... treinador incluído.
Quando as coisas correm bem, é tudo um mar de rosas, não faltam pancadinhas nas costas nem elogios púbicos, quantos deles com tribunas nas rádios ou jornais. Nessa altura há amizades, tudo é feito com boas intenções, e até os que gostam de dizer mal por tudo e por nada, se retraem nas suas críticas.
O mal é quando as coisas não correm de feição. Se antes os jogadores formavam uma equipa aguerrida e unida, passam a classificá-los de pouco esforçados e de menor rendimento na equipa. E como o alvo mais à mão, como de costume em toda a parte, lá vêm as severas críticas ao treinador, levando os dirigentes de tabela. Se umas críticas são feitas com as pessoas a darem a cara, outras vivem de um anonimato que as novas tecnologias proporcionam.
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«O Varzim merece mais do que aquele Estádio tão despido de assistentes»
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O Varzim merece mais do que aquele Estádio tão despido de assistentes. É certo que mesmo nas horas de infortúnio, as hostilizações não saem com muita frequência desses assistentes. Pelo menos foi o que se viu nos jogos dos desaires caseiros com o Covilhã e o Gondomar. Mas, sem dúvida que o apoio dos que se “sacrificam” para estar presentes nos jogos, devia ser mais massivo, com mais gente, menos disperso, mais uníssono. Porque não basta dizer que se gosta muito do Varzim, que é o clube dos seus amores, mas estando longe dos locais das provas oficiais para o ajudar com os seus incitamentos.
Que saudades do tempo em que o Estádio do Varzim se enchia, mesmo sem ser nos jogos contra os grandes, quando os lugares não eram tão confortáveis como agora. E o que se vê nos últimos tempos? Cadeiras vazias, assistentes que pouco ultrapassam o milhar e por vezes nem a isso chegam, numa desilusão que se alastra praticamente por todos os estádios do país.
É certo que a vida está cara e há outros motivos para entreter as pessoas. Mas ao menos que a família varzinista se apresente em campo, nas bancadas, a condizer com aquilo que o Varzim representa para os sócios e para a própria terra. Apregoar amor clubista não chega; é necessário provar.
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«Jogo com o Aves reveste-se de grandes dificuldades»
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No próximo sábado, num jogo às seis da tarde, o Varzim devia contar com um apoio que a equipa necessita para dar uma sapatada ao infortúnio que lhe bateu à porta recentemente. Para tal os sócios ou adeptos varzinistas têm uma palavra a dizer, com a sua presença no Estádio.
Porque o jogo com o Aves reveste-se de grandes dificuldades e o Varzim necessita de as ultrapassar, para bem da sua carreira no Campeonato de forma a não esperar pela hora da “corda na garganta” apelando a todos os santos e santas da Corte Celestial para lhe valer das coisas ruins que lhe podem causar uma deficiente posição na tabela classificativa.
De resto a procissão ainda vai no adro, com sete jornadas cumpridas das 34 que compõem a Liga de Honra, portanto com muito caminho pela frente. No entanto deve-se levar em consideração que neste momento o Varzim está a dois pontos dos seis lugares da descida e a seis do lote da subida só destinado a duas equipas. Esta é realidade que é preciso levar em consideração, sendo necessário destinar mais apoios que críticas a uma equipa que representa o Varzim, que já teve encómios perdidos praticamente de um dia para outro.
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*Jornalista do Comércio da Póvoa e director do jornal «O Varzim» escreve habitualmente neste espaço às quintas-feiras

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