domingo, outubro 23, 2005

Aves levam a 'gripe' de volta para casa





-- VARZIM ---- 2






-Aves ---- 1



Que este jogo era de capital importância para o Varzim já todos sabiam. O que faltava perceber era se a equipa estaria à altura de responder a tão imperioso objectivo, uma vez que a pressão dos lugares de baixo (acentuada pela sequência de três jogos sem vencer) já se sentia com um desconfortável 11.º lugar e oito pontos que colocavam os alvi-negros a dois lugares da 'linha de água'.
Mas a resposta não podia ter sido melhor: uma entrada de leão sobre o Aves foi a prova de que o Varzim ia disputar o encontro com a raça com que iniciou este campeonato da Liga de Honra... o início do jogo foram 10 minutos de sufoco total em redor da baliza de Rui Faria. A partir daí, os orientados de Horácio Gonçalves apostaram no jogo mais pausado, mas sempre num registo de domínio sustentado numa estratégia de ataque que passou pelos flancos. E com uma taxa de sucesso muito considerável, ou não tivessem sido as exibições de Emanuel e Figueiredo (à direita) e Eliseu (à esquerda) das melhores do encontro. O capitão foi o pulmão da equipa, o internacional angolano fez o melhor uso possível da sua inteligência táctica e o avançado emprestado pelo Belenenses (depois das exibições menos felizes desde o encontro em Marco de Canaveses) voltou a espalhar o perfume do seu futebol irreverente e lançou o pânico na asa direita do Aves. Lá atrás, excelente cotação para Bruno Miguel: muito certinho, sempre concentrado no jogo foi um patrão na defensiva poveira. Alexandre que se cuide... o jovem central vindo do Tourizense já provou a Horácio que merece as oportunidades que lhe têm sido dadas.
Menos bem esteve Costé: muitas vezes faltou-lhe o discernimento para se colocar na posição certa e (já no segundo tempo) na conversão de uma grande penalidade foi surpreendido por um lapso de desconcentração e disparou o esférico para o 'terceiro anel'.
Mas foi pelos pés do avançado francês que passou o lance do primeiro golo.
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Bofetada com 'luva de plica' a António Resende
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Minuto 40: Costé aparece na meia esquerda... junto à grande área... sem hipótese de levar a bola até à linha de fundo, olha para a direita, vê Figueiredo na 'carreira de tiro' e faz um passe atrasado para o internacional angolano que não desperdiçou. VAI JÁ DAQUI! Um golaço de se lhe tirar o chapéu que ainda foi embater com jeitinho na base do poste direito da baliza avense.
O estádio explodiu num misto alegria e de raiva. A razão é simples: se é um facto que o Varzim dominava, certo é também (e infelizmente) que os nossos rapazes tiveram que esquecer que dentro daquele relvado estava um árbitro. A exibição do senhor António Resende de Aveiro foi a todos os títulos lamentável. Antes do golo poveiro, o juiz anulou um golo limpíssimo a Mendonça e fez vista grossa a uma entrada duríssima de um central do Aves sobre Eliseu dentro da grande área. Razões de sobra para revoltar qualquer adepto.
Parecia mesmo uma arbitragem encomendada. Será que não era mesmo?
Em todo o caso, o golo poveiro foi uma bofetada de luva branca. Foi fruto exclusivamente do trabalho dos jogadores poveiros que, ao contrário dos do Aves tiveram sorte em quase tudo. E o que lhes faltou em sorte, mingou também em acerto e mérito. Na Póvoa viu-se um terceiro classificado jogar perante um Varzim humilde e de trabalho mas que só tinha oito pontos e ocupava uma incómoda 11.ª posição. Mas que, mesmo assim, não desistiu e até ao fim da primeira parte, continuou a fazer a cabeça em água ao último reduto dos visitantes.
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Aves previsível entrou de rompante no segundo tempo
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Era, de resto, o que se esperava. Na ânsia de não deixar fugir o terceiro posto da tabela classificativa, o Prof. Neca introduziu Hernâni (um avançado) em jogo e passou a jogar num 4-2-4 mas é verdade que o resultado prático não foi visível. O jogo continuou a estar quase exclusivamente nas mãos do Varzim que desperdiça oportunidades atrás de oportunidades. O exemplo mais acabado dessa tendência foi a grande penalidade que Costé falhou. Mendonça sofreu falta claríssima dentro da grande área e, ao contrário do que aconteceu no primeiro tempo, António Resende viu bem o lance e apontou para a marca da grande penalidade. Chamado a converter, o avançado francês mandou um balázio para as nuvens. Era um 2-0 quase certo que, naquele momento do jogo, matava o Aves.
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Justiça no marcador perto do fim
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Mas o erro de Costé viria a ser rectificado e o Varzim chegaria ao 2-0 perto do final do encontro. Figueiredo (novamente ele num lance de golo) rematou fortíssimo à baliza avense quase à queima roupa... o esférico faz ricochete num defesa avense e sobra para Eliseu que, a poucos metros da linha de golo, só teve que encostar o pé. Os pupilos de Neca deitaram a toalha ao chão. Estavam decorridos 82 minutos de jogo e o Varzim respirava confiança e tranquilidade. Nem mesmo o golo do Aves (uma desatenção de Rui Barbosa já no último dos quatro minutos de desconto) afectou a equipa poveira. O Varzim conquistava uma vitória segura e justa... tão justa quanto injusta foi a expulsão de Nuno Ribeiro já sobre o fim do encontro. Depois de ter visto um amarelo por ter ajeitado uma bola com a mão a meio da segunda parte, o lateral poveiro derrubou Hernâni, mas a punição com o segundo amarelo foi, no mínimo, forçada.
Nuno Ribeiro falha assim a deslocação a Alvalade na próxima quarta-feira. Joca e Tiago Lopes são candidatos ao lugar.
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No final do encontro, Horácio Gonçalves congratulou-se pelo bom resultado e pela exibição dos seus jogadores... e desdramatizou o jogo de Alvalade na próxima quarta-feira, considerando que «o campeonato é que é o mais importante». Na próxima jornada da Liga de Honra, o Varzim desloca-se ao Algarve para defrontar o Portimonense. O jogo é domingo, às 16 horas.
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Jogo no Estádio do Varzim SC, na Póvoa de Varzim
Árbitro:
António Resende (Aveiro)
Espectadores: 1500
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Intervalo: 1-0
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VARZIM: Rui Barbosa; Nuno Ribeiro, Bruno Miguel, Nuno Gomes, Telmo; Tito, Emanuel, Figueiredo (Pedro Santos, 90'); Mendonça, Eliseu (Rui Miguel, 83'), Costé (Cícero, 80')
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GOLOS: Figueiredo (40'), Eliseu (82')
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CARTÕES: Eliseu (26'), Emanuel (29'), Nuno Ribeiro (87' e 91')
CARTÃO: Nuno Ribeiro (91')
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MELHOR EM CAMPO: Figueiredo. Esteve endiabrado: marcou um golaço aos 40 minutos e esteve no lance que deu o segundo tento ao Varzim. Soube tirar bom partido da sua inteligência táctica e foi um dos pulmões da equipa. À semelhança do que aconteceu com Mendonça na semana passada, hoje Figueiredo mostrou que a qualificação de Angola para o Mundial Alemanha 2006 só fez bem. Está mais motivado, participativo e influente na manobra varzinista. De resto, Eliseu, Mendonça, Emanuel e Bruno Miguel deram boa conta de si. Foi difícil escolher um. Mas optámos por aquele que mais influência acabou por ter no resultado final.

2 comentários:

Ricardo Campos disse...

Que grande golo do Figueiredo!

Bom jogo...mas para variar não podíamos acabar o jogo sem ser a sofrer...

4a lá estaremos...

Ala-Arriba Varzim!
[Tribunal] - Superior Sócios

xicopovoa disse...

Grande vitória, grande golo e mais 1 arbitragem k prejudicou 1 pouco o Varzim mas acho k é preciso ter mais calma. Ñ se pode acusar assim o árbitro de ter feito de propósito. Tudo bem k ele expulsou mal o Nuno Ribeiro, k o golo do Mendonça parece ter sido mal anulado mas o lance do Eliseu ñ é assim tão claro quanto, eu vi o lance de bem perto e eles vão os dois embrulhados, se fosse eu se calhar tambem ñ marcava penalti, e no resto ele até nem teve assim tão mal e teve sempre o jogo bem controlado.
Mas temos k continuar assim k este é k é o caminho certo, só é pena tar tão pouca gente no estádio.
E 4a feira é pa vencer em Alvalade...