A frustração de quem morre na praia...

Moreirense ----- 2




VARZIM ----- 2

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Minuto 93: estavam os cerca de 40 poveiros que se deslocaram a Moreira de Cónegos a cantar vitória (o Varzim vencia na altura por 1-2), quando no último minuto do tempo de compensação, um livre à entrada da grande área varzinista (precedido de uma falta inexistente) dá o empate ao Moreirense, num lance em que fica a impressão que Rui Barbosa é mal batido.

Frustração total! Injustiça suprema! O Varzim, que dominou o segundo tempo por completo saiu do Joaquim Almeida de Freitas vergado a um empate, depois de tantas vezes ter passado ao lado das oportunidades que lhe permitiriam aumentar o pecúlio.

Mas vamos por partes. Minuto três, jogo ainda meio empastelado, ninguém se tinha ainda sobressaído... e o Varzim ganha um canto do lado direito do seu ataque. Eliseu levanta o esférico para a grande área e... à boca da baliza... já está... Mendonça dá um encosto à bola e esta morre nas redes de Nuno Claro. O Varzim com um arranque à leão, obrigou o Moreirense a correr atrás do prejuízo, mas aquilo que se viu da equipa despromovida na anterior edição da Superliga, foi um colectivo que das duas, uma: ou começa a jogar à bola, ou vai acabar em maus lençóis. Mau demais este Moreirense... que no primeiro tempo fez um... e só um remate à baliza de Barbosa.

E, cúmulo da eficácia, acabaria mesmo por ser o golo do empate... a partir de um pontapé de canto, onde a defesa varzinista não está mesmo nada isenta de culpas. Barbosa ficou estático a ver a bola entrar... mas na verdade, não podia fazer nada.

1-1 era o resultado que ambas as equipas levavam para o intervalo porque, para além dos golos, no primeiro tempo o rendimento das equipas foi o mais redondo dos zeros.

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Segunda parte do Varzim foi um festival de golos perdidos

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No segundo tempo, a equipa mais esclarecida foi mesmo o Varzim. Eliseu em destaque pela asa esquerda do ataque alvi-negro e Mendonça provocaram um autêntico tremor de terra no último reduto dos da casa. Mas isto no ataque, porque na defesa Bruno Miguel voltou a ser rei e senhor e ao meio os 'operários' Tito, Emanuel e Figueiredo reduziram o curto caudal ofensivo do Moreirense a nada.

Dos pés deles saíram inúmeras incursões de contra-ataque... e 'tantas vezes vai o cântaro à fonte' que, aos 60 minutos, Bruno Miguel concretiza de cabeça um lance de belo efeito e faz o 1-2. Merecido! Por tudo o que o Varzim tinha produzido até à altura. O Moreirense era um anfitrião frouxo e sem iniciativa... e os poveiros souberam aproveitar esse factor da melhor maneira.

E o melhor ainda estava para vir: a quebra anímica do Moreirense foi notória e o Varzim partiu para cima da equipa minhota 'como gato a bofe'... mas tantos foram os golos falhados: assim de cabeça, recordamo-nos de lances flagrantes com Eliseu, Emanuel, Mendonça, Figueiredo e Costé... que dariam para marcar o terceiro, o quarto e o quinto... uma mão cheia.

Todos tiveram o mesmo destino... foram para fora ou pararam nas mãos de Nuno Claro.

Mas, vá lá... apesar do resultado de 1-2 não ser seguro, o Moreirense não fazia rigorosamente nada para desempatar e criou-se entre os adeptos do Varzim a ideia de que o domínio da partida era suficiente para garantir os três pontos.

Pois quase que era! E é aí que entra o dedo do senhor Cosme Machado... por acaso... o árbitro da partida... da AF Braga... que viria a revelar-se extremamente útil ao Moreirense.

Se durante a partida, a prestação do juiz deixou algo a desejar em algumas situações, o que dizer do lance que deu o segundo golo aos da casa?

Ora, na leitura do árbitro da partida, Joca opôs-se intencionalmente a um remate de um avançado do Moreirense com a mão.

MENTIRA! O defesa alvi-negro leva com a bola na barriga e tenta defender-se com a mão.

Mas não havia nada a fazer: o árbitro tinha marcado livre mesmo à entrada da grande área.

'Bem estamos a poucos segundos do fim... o Moreirense vai conseguir estragar a festa agora', pensámos nós. Mais valia não ter pensado. O livre foi uma 'folha seca', rente à relva molhada e com Barbosa a fazer-se ao lance um micro-segundo mais tarde.

O suficiente para a bola atravessar a barreira e a grande área a toda a vitesse e acabar nas redes varzinistas... acabando ao cair do pano com a festa mais que justa que os adeptos do Varzim faziam na bancada.

O Varzim morreu na praia, mas fez um grande jogo... e lá vão cinco sem perder... mas só um é que ganhámos. É preciso mais e melhor. Vêem aí dois jogos consecutivos em casa com o Vizela e com o Olhanense. Ganhando, o Varzim descola de uma vez por todas do 10.º lugar, onde permanece há, pelo menos, três semanas... e onde se quedará, pelo menos, mais sete dias... agora com 14 pontos.

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Jogo no Estádio Joaq. Almeida de Freitas, Moreira de Cónegos

Árbitro: Cosme Machado (Braga)

Espectadores: 2000

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Intervalo: 1-1

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VARZIM: Rui Barbosa; Joca, Bruno Miguel, Nuno Gomes, Telmo; Tito, Emanuel, Rafael Cadorin (Figueiredo, 45' + 1'); Mendonça, Eliseu (Pedrinho, 90'), Costé (Rui Miguel, 80')

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GOLOS: Mendonça (3'), Bruno Miguel (60')

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CARTÕES: Nuno Gomes (44'), Telmo (58'), Eliseu (85'), Tito (86'), Figueiredo (92')

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MELHOR EM CAMPO: Eliseu - Está claramente a recuperar a forma que o notabilizou na pré-temporada e no início da época. Encheu o campo e fez um jogo exemplar, deixando a defesa do Moreirense num permanente estado de sítio. Esteve muito bem na leitura dos lances de ataque e fez uso da sua velocidade estonteante. Grande exibição... mais uma... do camisa 10 alvi-negro.