Há algo preocupante neste Varzim

VARZIM ----- 0

Chaves ----- 0

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Sem engenho nem arte para levar de vencido o lanterna vermelha (que defendeu 90 minutos com 11 homens atrás da linha da bola), o Varzim batalhou, batalhou, batalhou mas ontem era daqueles dias em que o jogo podia durar até segunda-feira de manhã que golos era coisa não iríamos ver. Não apenas pelo simples facto de ser (quase) impossível romper a teia defensiva do Chaves, mas também porque os dianteiros alvi-negros foram perdulários em excesso. Nomeadamente na primeira metade de jogo, em que ficou bem patente a inoperância dos avançados poveiros. Na segunda parte, a história foi diferente... mas pouco: o Varzim entrou decidido a inverter o rumo do jogo, mas... outra vez... os artilheiros viveram uma tarde de permanente desacerto. Costé, entrado a substituir Nuno Ribeiro a 'queimar' o tempo regulamentar de jogo é, de certa forma, o espelho do desacerto associado a uma ligeira dose de infelicidade: dois remates de cabeça quase consecutivos passaram bem perto da barra para alívio do colectivo flaviense.
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Chaves apostou no erro... e quase surpreendia
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Mas se é certo que o Varzim entrou na segunda parte apostado em virar o jogo a seu favor, do outro lado, os pupilos de António Caldas apostaram no erro do adversário para pôr em sentido o último reduto poveiro.
E o certo é que bem perto do final do encontro, o Chaves tanto se esforçou que quase via premiado o seu empenho. E se isso acontecesse, os poveiros poucas (ou nenhumas) hipóteses teriam de correr atrás do prejuízo. E se mau é o resultado desta jornada, pior ainda seria se o Varzim fosse desfeiteado em casa pelo último classificado.
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Varzim aproveitou menos de metade dos pontos em disputa (43%)
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Diremos 'Graças a Deus que não aconteceu'... mas podia ter acontecido... e o pior é que qualquer dia acontece mesmo... e não há Deus nem santo que nos valha.
Há, de facto, algo que preocupa neste Varzim... e que nos inspira sentimentos de incerteza quanto ao futuro. Se formos a olhar para estas primeiras 10 jornadas (quase um terço de competição), o Varzim arrancou bem na Maia, tropeçou logo a seguir com o recém promovido Covilhã, ganhou novo fôlego com o empate no Marco (arrancado a ferros), brilhou com a vitória sobre o candidato Estoril, voltou a tropeçar (com algum infortúnio, é certo!) perante o Leixões... mas depois levou uma de 'três em pipa' com o repescado Gondomar, foi ao Barreiro empatar... infantilmente... diga-se de passagem... intercalou com uma vitória (2-1 na Póvoa) sobre o Aves, tendo aí rubricado uma grande exibição, arrancou novamente um empate suado e não menos feliz (2-2) em Portimão... depois de ter estado duas vezes em desvantagem... e depois (quando todos esperávamos um festival alvi-negro frente ao último classificado), eis que o único festival que os nossos rapazes nos dão é de golos desperdiçados.
Chegados à 10.ª ronda da Liga de Honra, temos 13 pontos em 30 possíveis (é óbvio e evidente que se fizéssemos o pleno, seríamos um case study), mas um décimo lugar e tanto ponto desperdiçado (43% amealhados até ao momento) num ano em que descem seis à II Nacional dá que pensar sobre o que deve ser a orientação do Varzim nas próximas 24 batalhas.
Uma reflexão que se impõe numa semana em que o campeonato pára por causa dos compromissos das selecções nacionais... o que nos dá sete dias extra para pôr as ideias no lugar.
O próximo embate é frente ao Moreirense, em Moreira de Cónegos, perante uma equipa que perdeu este fim de semana. E aproveitando o balanço (?!) da derrota em casa com o Vizela vai 'fazer das tripas coração' para fazer igual desfeita ao Varzim.
A ver vamos...

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Jogo no Estádio do Varzim SC, na Póvoa de Varzim
Árbitro: João Vilas Boas (Braga)
Espectadores: 1500
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Intervalo: 0-0
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VARZIM: Rui Barbosa; Nuno Ribeiro (Costé 88'), Bruno Miguel, Nuno Gomes, Rafael Cadorin; Tito, Emanuel, Figueiredo (Cícero, 57'); Mendonça (Pedrinho, 71'), Eliseu, Rui Miguel
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CARTÕES: Figueiredo (28'), Rui Miguel (36'), Cícero (76'), Tito (77')
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MELHOR EM CAMPO: Eliseu* - No dia em que o Varzim só de pode queixar da inoperância do seu sector avançado, num jogo com pouca história para além dos falhanços sucessivos na linha da frente, o jovem jogador emprestado pelo Belenenses foi a imagem fiel do inconformismo... mas esteve sozinho. Precisa ainda de ser mais regular nos seus desempenhos. Até para reconquistar a notoriedade que fez dele o melhor na pré-temporada.


*Foto de Rui Carvalho