Liga de Honra - 15.ª jornada
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---VARZIM ----- 3
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---Ovarense ----- 1
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Esqueçam que este Varzim x Ovarense alguma vez teve uma primeira parte: foi má demais.
Qualquer semelhança entre o primeiro tempo deste encontro e uma partida de futebol é mesmo pura coincidência. Qualidade zero.
E o que dizer do futebol do Varzim durante esse período de tempo? Nada... rigorosamente nada: proximidade ao golo? Não. Domínio assumido? Sim, na maior parte do tempo, mas sem chegar com perigo à baliza do veterano Rui Correia (38 anos)... e o que é o futebol sem golos?
Aliás do primeiro tempo, não registamos um único remate de perigo à baliza da Ovarense.
Ou seja, o Varzim construia os lances para colocar a bola a jeito de ser bombardeada para as redes, mas na hora da verdade os executantes não correspondiam.
Do outro lado, a (candidata a) condenada Ovarense bateu-se o melhor que sabia... mas acima de tudo o melhor que podia... tendo em conta a profunda crise que os vareiros atravessam: sem ganhar um cêntimo há vários meses, os jogadores da Ovarense ainda fizeram o esforço para encontrarem a motivação necessária para surpreender os poveiros em contra-ataque.
E aos 37 minutos chegaram mesmo a assustar: perante a passividade do quarteto defensivo do Varzim, Zito cai da meia direita para a carreira de tiro e sem oposição envia a bola 'pró Desportivo'.
À excepção do golo que só viria mesmo em cima do minuto 90, foi a única coisa de jeito que se viu dos visitantes, que apostaram num jogo extremamente viril (o que lhes custaria duas expulsões).
Ora, assim sendo, perguntamos: porque é que Horácio Gonçalves não arriscou mais... remontando o esquema ofensivo de modo dar aos adeptos uma goleada que fizesse esquecer os maus resultados das últimas semanas? E porquê que Rui Miguel foi o escolhido para ocupar a posição de jogador mais adiantado... em detrimento do habitual Costé?
É que por muito boa vontade que o camisa 99 tivesse (e demonstrou-a), a verdade é que a sua inoperância foi uma nota dominante... dentro da área nem se deu por ele... a sua acção confundia-se com a dos centrais da Ovarense.
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Sai Mendonça, entra Cícero... Varzim aparece diferente na segunda parte
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O segundo tempo começa quase logo com a primeira expulsão: Helder é punido com o segundo amarelo aos 52 minutos por falta pesada sobre Cícero. A Ovarense passava a jogar com 10... e quebrava animicamente.
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Eliseu tenta ultrapassar um defesa vareiro (foto: Rui Carvalho)
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'Mete o Costé pá!!!!!!' gritavam alguns adeptos para Horácio Gonçalves e o argumento tinha a sua razão de ser: os poveiros estavam em vantagem numérica sobre um conjunto que começou a desmotivar, mas nunca descurou o rigor defensivo.
Os vareiros não abriam espaços nos últimos 20 metros... e a jogar só com um ponta de lança (por sinal pouco inspirado) era a maior asneira que o Varzim podia fazer.
Além disso, ao meio não havia espaços... por isso, toca a ir pelos corredores laterais. E é aqui que o contributo de Nuno Ribeiro é preponderante... o jovem lateral direito esteve nos três lances de golo do Varzim.
No primeiro, aos 62 minutos, o número 20 efectua um lançamento de linha lateral do lado direito, no enfiamento da grande área, Bruno Miguel recebe de primeira e despacha para o segundo poste, onde está Rafael Cadorin para o encosto final... ALÍVIO para os adeptos do Varzim que estavam a ver o caso mal parado diante de um último classificado tão problemático como é esta Ovarense.
E uma vez mais a reacção do banco varzinista não correspondeu às expectativas da maioria dos adeptos: Horácio tira Figueiredo e faz entrar o extremo Anderson.
E Costé? Ainda teria que esperar mais 15 minutos para entrar.
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Ovarense... perdida por 100... perdida por 1000
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Do outro lado, os vareiros perderam a cabeça... 67 minutos... o canto do cisne: Giraudo tem uma entrada duríssima e vê o segundo amarelo.
A Ovarense passa a jogar com nove e o Varzim abre o livro: aos 75 minutos, numa boa jogada de envolvimento, Cícero apanha-se livre de marcação na sua zona do campo preferida... a carreira de tiro... e manda uma de 'três dedos' à força toda para uma defesa incompleta de Rui Correia que manda a bola direitinha para a linha de fundo... Nuno Ribeiro, faz o sprint e bombeia com conta e peso para o segundo poste, Rui Miguel disse-lhe que sim... e reconciliou-se com as balizas... fez o 2-0 de cabeça e festejou efusivamente em direcção a Horácio... que apostou nele para este jogo... e, num gesto bonito de grande companheirismo, abraçou Costé que na altura ainda fazia exercícios de aquecimento.
Mas manda a verdade que digamos que, apesar do golo (do qual não retiramos uma ponta de mérito e sentido de oportunidade), Rui Miguel ainda precisa de ganhar mais à vontade à frente dos postes adversários. Precisamos dele como ele era no Aves... um goleador nato... a marcar 15 ou 20 golos por época. Esperamos por dias melhores para o número 99 alvi-negro.
O jogo estava ganho... a Ovarense desapareceu do mapa numa questão de segundos.
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Aluga-se meio campo do Varzim
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Nos últimos 15 minutos, o Varzim mudou-se de malas e bagagens para o meio campo da Ovarense... e os forasteiros perdiam em posse de bola e em iniciativas que lhes permitissem pôr o último reduto alvi-negro em sentido.
Os vareiros tinham mais é que se pôr a toques: ao minuto 80, Horácio faz entrar Costé para o lugar de Eliseu (tarde demais para o avançado francês poder fazer qualquer coisa)... e sempre deu para ganhar mais uns centímetros a caminho das redes de Rui Correia.
Mas o último golo da contagem varzinista chegaria na sequência de um lance de bola parada: 88 minutos, falta sobre Nuno Ribeiro bem sobre o vértice direito da grande área da Ovarense.
Escolhas para bater o livre havia muitas... Emanuel, Cícero... enfim... mas foi Rafael Cadorin o escolhido: o guarda-redes nem a viu... o lateral brasileiro fez um arco perfeito com a bola e levantou o estádio com um golo de belo efeito... o seu segundo na partida.
Estava feito o resultado? Não... e se há um prémio a dar à Ovarense, é o prémio da abnegação, da entrega do espírito de sacrifício... apenas manchado por duas expulsões que se compreendem muito para lá daquilo que foi o jogo propriamente dito. Imaginem o que é para um jogador profissional estar sem receber aquilo que lhe é devido pelo seu trabalho... sem saber como será o dia de amanhã...
Pois apesar de tudo isso, os homens de Manuel Correia ainda marcaram: num lance de contra-ataque (de resto a estratégia dominante dos vareiros), a defesa do Varzim foi apanhada em contra pé e numa jogada rapidíssima, a bola sobra ao segundo poste para Tiago Leite que empurra sem hipótese para Ricardo. Um golo amargo e inadmissível... mais a mais porque resulta de uma desconcentração total da defesa e... pior do que isso... CONSENTIDO CONTRA NOVE.
Em todo o caso, 3-1 é uma vitória... mas não a vitória expressiva que os varzinistas esperavam... mas o que interessa são mesmo os três pontos.
Podemos questionar esta ou aquela escolha de Horácio, podemos até achar que Rui Miguel não foi a melhor escolha para a frente de ataque, podemos considerar até que Horácio foi lento demais na reacção, metendo Costé em campo mesmo a 10 minutos do fim... e tudo isso é verdade.
Mas não podemos esquecer que a próxima jornada é já na quarta-feira nos Açores, frente ao Santa Clara... e é preciso poupar os atletas mais utilizados.
Até lá, os poveiros ficam no 10.º lugar com 19 pontos, empatados com a equipa açoreana.
E o histórico não é nada favorável às nossas cores: o Varzim nunca ganhou no Estádio de São Miguel. Será desta?
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Jogo no Estádio do Varzim SC, na Póvoa de Varzim
Árbitro: Paulo Pereira (Viana do Castelo)
Espectadores: 1200
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VARZIM: Ricardo; Nuno Ribeiro, Bruno Miguel, Nuno Gomes, Rafael Cadorin; Tito, Emanuel, Figueiredo (Anderson, 65'); Mendonça (Cícero, 45' + 1'), Eliseu (Costé, 80'), Rui Miguel
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INTERVALO: 0-0
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GOLOS: Rafael Cadorin (62', 88'), Rui Miguel (75')
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CARTÕES: Bruno Miguel (18'), Tito (67')
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MELHOR EM CAMPO: Rafael Cadorin - Com Telmo fora da convocatória, foi uma aposta ganha para Horácio Gonçalves. Marcou dois golos... um deles (o terceiro do Varzim) de belíssimo efeito... e mostrou estar em forma. Injusto seria não fazer também uma referência à exibição de Nuno Ribeiro. Esteve nos três golos do Varzim e nota-se que é um jogador que está em crescendo de forma: sobe muito bem no ataque e está muito seguro da sua missão. Nota máxima também para o nosso lateral direito.

MELHOR EM CAMPO: Rafael Cadorin - Com Telmo fora da convocatória, foi uma aposta ganha para Horácio Gonçalves. Marcou dois golos... um deles (o terceiro do Varzim) de belíssimo efeito... e mostrou estar em forma. Injusto seria não fazer também uma referência à exibição de Nuno Ribeiro. Esteve nos três golos do Varzim e nota-se que é um jogador que está em crescendo de forma: sobe muito bem no ataque e está muito seguro da sua missão. Nota máxima também para o nosso lateral direito.
5 comentários:
A win is a win! Por isso parabéns pela vitória! Agora é só acompanhar a onda ;)
Obrigado ma ;) pelas tuas palavras de incentivo. Da nossa parte, desejamos melhor sorte para o Gil Vicente... é já na quarta-feira com o Braga. JOGUEM COM GANAS! Quanto a nós, queremos os 3 pontos... aqueles que nunca conquistámos em terras açoreanas... será desta?
Eu acho que já tinha dito essas palavras no sábado, mas andei à procura e não encontrei esse meu comentário. (Daí a afirmação do comment desaparecido)...se calhar tinha digitado mal as letras da "word verification" e o comment não foi aceite...
Por isso e de qq das maneiras, aqui ficaram elas outra vez ;)
Oh, é isso mesmo que eu queria dizer aos jogadores do Gil, que jogassem com ahhhhhgrrrr RAÇA! Não sei é se eles nos ouvem ;)
Será desta? Pode muito bem ser, pode muito bem ser..desejo que sim, varzinistas ;)
vai ser desta! :)
O Prof. Daniel Silva tinha razão, o Jurásico não percebe nada daquilo.
Rua com ele.
ZZZZZZZZZZZZZ............
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