Liga de Honra - 25.ª jornada
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----- Aves ----- 1
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----- VARZIM ----- 0
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Na primeira volta fomos nós... na segunda volta foi a vez deles: o Aves venceu o Varzim num jogo que se pautou pelo equilíbrio entre duas equipas que estavam separadas por apenas dois pontos e que estavam de olhos postos num eventual deslize do Olhanense. Que se concretizou: os algarvios perderam no Barreiro por 2-0 e com o triunfo sobre os poveiros, a equipa do Prof. Neca festejou a chegada ao segundo lugar da Liga de Honra... a uma semana desse electrizante Olhanense x Aves (vai ser um daqueles jogos para meter a pastilha debaixo da língua e sofrer, sofrer, sofrer).
Serve a introdução para notar o seguinte: este Aves que joga no erro do adversário (o que à primeira vista pode parecer manifestamente pouco para justificar um segundo lugar) é uma equipa matreira que retira dividendos das mais pequenas situações.
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Varzim foi orquestra sem maestro
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O Varzim que o diga: depois de um arranque muito aguerrido, os alvi-negros cederam livre em posição frontal à baliza de Ricardo (antes tinha existido falta de um jogador avense, pelo que a infracção contra nós nunca devia ter sido assinalada em primeira instância): Miguel Pedro aplicou-lhe um 'vai já daqui' e o guardião poveiro nem a viu.
O golo dos da casa apareceu cedo mas o Varzim não desistiu... o que faltava era uma voz de comando na equipa: os poveiros mostraram garra e capacidade de luta, mas faltava um sentido... e houve mesmo situações em que a concentração falhou por completo.
Por isso, de trás para a frente, vale a pena analisar os desempenhos um a um e o que se nota é que em todos os sectores houve sempre quem não estivesse a 100%: de Ricardo, estamos conversados... sofreu o golo, nada podia fazer e acabou por rubricar uma exibição segura... dentro daquilo a que já nos habituou.
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Nunos OK, Telmo 'assim assim', Bruno Miguel KO
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À sua direita esteve um activo Nuno Ribeiro, que voltou a mostrar capacidade para subir terreno acima nas inscursões de ataque do Varzim... e que à defesa mostrou ser uma unidade plena de concentração; ao meio, começa a escrita a tremer: Bruno Miguel que tem sempre feito grandes exibições (mostrando ser um patrão no eixo da defesa alvi-negra) andou por vezes desconcentrado... com prejuízo para a estabilidade do último reduto alvi-negro; já Nuno Gomes esteve bem: foi certinho no seu desempenho e não comprometeu; à esquerda, Telmo deu para o gasto até Horácio perceber que a equipa tinha mais era que vir para a frente em busca do prejuízo. Pôs Mendonça no lugar do lateral brasileiro e não foi feliz... o Pérola Negra entrou mal no jogo e mostrou até alguma displicência na forma como se pôs ao fresco em alguns lances (estará já com a cabeça no Alemanha 2006?).
Ao meio, Tito voltou a provar que é um miúdo de raça: foi trabalhador, entrou sempre a todos os lances com a entrega que lhe é habitual... e foi, na verdade, a única pedra a meio campo que funcionou em pleno. Porque se olharmos para Emanuel, percebemos rapidamente que a exibição deste domingo, e o desempenho frente ao Barreirense na jornada anterior são a pálida imagem de um guerreiro que pode estar a acusar algum desgaste físico. Já Figueiredo regressou de uma lesão e foi aposta para a titularidade. Fica na retina um livre em posição frontal à baliza avense já na segunda parte e pouco mais... foi um regresso com défice de ritmo competitivo (o que é perfeitamente natural) que levou mesmo à substituição do médio internacional angolano que se ressentiu do choque que sofreu há 15 dias em Gondomar.
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Pedrinho, O Grande
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Na frente, Pedrinho foi rei... e voltou a dar provas de que é sem dúvida o grande reforço de Inverno deste Varzim: andou da direita para a esquerda, para cima e para baixo, deu raça, velocidade e inteligência a um ataque que se revelou improdutivo. Costé foi apenas uma carraça no centro da defesa do Aves mas não fez muito mais e Cícero (como já seria de esperar) não igualou a joga que fez contra o Barreirense... também era difícil... há uma semana o homem foi, basicamente, o Varzim ao marcar os três que selaram a derrota dos da margem sul. Ainda assim, o médio brasileiro mostrou motivação em campo e teve mesmo a oportunidade de mostrar os seus dotes de rematador de bolas paradas a meia distância... bem do jeito que ele gosta de as bater. Mas há que dizê-lo: o guarda-redes do Aves fez-lhe frente.
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O jogo que Horácio perdeu
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E é aqui à frente que, em nossa opinião, o Varzim perde o jogo... porque quem não marca, arrisca-se a sofrer... e depois as substituições não foram felizes: quando Horácio decide fazer mexidas, tira primeiro Figueiredo e mete Rafael Cadorin... e depois faz sair Costé para pôr Rui Miguel (???!!!). E esta é que não se percebe mesmo: o Varzim estava a precisar de reforçar o ataque, não de uma troca por troca... e depois mais vale ter um Costé sem sentido de baliza, mas em cima dos defesas adversários... do que ter um Rui Miguel que está nos antípodas da forma que o notabilizou justamente na Vila das Aves... e que, tantas vezes, chega a ser um estorvo para a acção dos colegas. Ideal neste cenário de desvantagem, seria ter os dois em campo: um a dar trabalho aos centrais e o outro a procurar espaços para alvejar a baliza adversária.
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Direito por linhas tortas
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E pelo 1-0 nos ficámos porque o Varzim teve a felicidade de ver os da casa desperdiçar uma grande penalidade: a meio da segunda parte Costé derruba um jogador avense dentro da grande área e Carlos Xistra não tem dúvidas... a decisão seria 100% acertada, não tivesse a infracção do avançado francês ser cometida depois do avançado da equipa da casa estar clamorosamente em posição irregular.
Mas porque para o jogo, o que conta são os factos, Nené disparou um balázio directamente ao travessão de Ricardo... escreveu-se direito por linhas tortas.
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Centena e meia de poveiros foram à Vila das Aves
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Foi pedido aos poveiros que invadissem a Vila das Aves: 150 responderam ao chamamento e foram dar à equipa mais uma prova de carinho num jogo que poderia representar o salto de gigante rumo aos lugares de subida.
Pena só mesmo o resultado, porque... ao contrário do que todos esperávamos... até o São Pedro nos deu uma tarde solarenga.
Com esta derrota, o Varzim desce ao sexto lugar e mantém os 38 pontos... à espera de um Portimonense que vem no próximo domingo à Póvoa sem vencer há sete jornadas.
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Jogo no Estádio do CD Aves, na Vila das Aves
Jogo no Estádio do CD Aves, na Vila das Aves
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Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)
Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)
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VARZIM: Ricardo; Nuno Ribeiro, Bruno Miguel, Nuno Gomes, Telmo (Mendonça, 71'); Tito, Emanuel, Figueiredo (Rafael Cadorin, 60'); Pedrinho, Cícero, Costé (Rui Miguel, 62')
VARZIM: Ricardo; Nuno Ribeiro, Bruno Miguel, Nuno Gomes, Telmo (Mendonça, 71'); Tito, Emanuel, Figueiredo (Rafael Cadorin, 60'); Pedrinho, Cícero, Costé (Rui Miguel, 62')
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INTERVALO: 1-0
INTERVALO: 1-0
MELHOR EM CAMPO: Pedrinho – Numa linha da frente sem inspiração, foi raçudo e entregou-se à luta sem reservas. Assumiu protagonismo na equipa poveira quando Mendonça foi para o CAN e mais recentemente com a suspensão de Eliseu (que de resto vai embora do Varzim). Duas oportunidades que agarrou a mãos ambas e que o fazem hoje merecer a confiança de Horácio. É um orgulho ver um miúdo poveiro, formado na nossa casa a crescer desta forma e a assumir-se tantas vezes como figura central.
5 comentários:
Pelo menos os adeptos não tiveram que levar com o mau tempo que esteve no dia anterior ao jogo.
A luta esa continua, força e muita garra!
Ainda nao estamos fora da luta pela subida... vamos apanhar o Portimonense aqui na Póvoa!
Nada está perdido, pá, por enquanto. É uma questão do Mister apostar em mim.
Acho que é mais uma questão de se pagar aos trabalhadores... que ainda não receberam sequer o mês de Dezembro.
É verdade... sem € na carteira não há motivação pra trabalhar. Sabemos que a situação do clube é difícil... mas quem trabalha tem direito ao seu salário ao fim do mês. E muito têm feito estes homens que dão e continuam a dar tudo de si em campo. Para eles todo o nosso apoio... eles precisam... e mais do que isso, MERECEM!
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