terça-feira, abril 04, 2006

Da vitória segura ao desaire...

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Liga de Honra - 29.ª jornada
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----- Vizela ----- 2
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----- VARZIM ----- 2
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Bastaram os segundos 45 minutos de jogo para o Varzim passar de vencedor garantido a equipa vergada a um empate... que até podia ter acabado pior, não fosse Ricardo travar um último cabeceamento de Bock ao queimar da hora para o final do encontro... estávamos para aí com uns 92, 93 minutos.
Mas já lá vamos.
Antes o arranque de leão dos alvi-negros: ao apito inicial de João Ferreira, o Varzim instalou-se completamente no meio campo defensivo do Vizela e mostrou toda a vontade em ganhar o encontro... ou não fosse esta uma golden opportunity para manter bem acesa a chama da esperança na subida de divisão.
Pedrinho abriu as hostilidades: aos 16 minutos, na sequência de um pontapé de canto marcado da direita, Cícero recebeu a bola no coração da área, aplicou-lhe uma sapatada e baleou a trave da gaveta à guarda do ex-varzinista Márcio Ramos... na recarga o jovem Pedrinho não esteve com meias medidas... encostou o pé ao esférico, e 'toma lá que é fresquinho'.
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Poveiros em grande nas bancadas de Vizela
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200 gargantas poveiras encheram de festa o complexo do FC Vizela... a seguir à deslocação ao Estádio do Mar, ainda na primeira volta, a ida a Vizela terá sido uma das melhores afluências de público varzinista em jogos fora de portas. Fica, pois, este registo positivo... de uma massa adepta que acreditou e acredita nestes rapazes... que vão com eles até ao fim da linha. Excelente mostra de carinho... mais uma... nota máxima para os varzinistas.
Voltemos ao jogo: o primeiro golo desfez as dúvidas quanto à supremacia alvi-negra... confirmada pela forma fácil (quase desimpedida) como o Varzim chegava à área contrária, pela inépcia do meio campo e ataque dos da casa e pelas sucessivas oportunidades de golo falhadas.
De facto, no primeiro tempo, o Varzim foi uma seta apontada para a baliza do Vizela... e a confirmar essa tendência, aparece o segundo golo. Aos 37 minutos, uma jogada toda pela asa esquerda do ataque varzinista põe Rafael Cadorin e Cícero em sintonia: o lateral esquerdo tabela para o #17 que põe o esférico à disposição de Emanuel que na passada desfere um remate cruzado da direita, sem hipóteses para Márcio Ramos e para o defesa do Vizela que ainda lhe meteu a mão intencionalmente para safar a bola... seria expulsão diremos nós... mas o árbitro deu a lei da vantagem, dirão outros... mas nas grandes penalidades não há lei da vantagem... dizem os livros.
Esteve mal o setubalense João Ferreira... o que vale é que a bola entrou... e 'direito por linhas tortas' ou não o Varzim tinha na vantagem de 0-2 um prémio, no mínimo, justo pela entrega. Foram dois... podia ter sido três ou quatro... mas atenção, sem exagero.
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Está no papo? Por acaso... esperem pela segunda parte
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Quem olha para esta primeira parte só vê a vitória ao fim dos 90 minutos. Seria quase impossível passar do oito ao oitenta assim só em 45 minutos. Pensámos nós... e em má hora.
Carlos Garcia revolucionou o Vizela para a segunda parte e apanhou de surpresa um Varzim mais acomodado e (porque não também dizê-lo) empurrado pelo senhor de amarelo para os seus últimos 15 a 20 metros.
'Lá estão eles a queixar-se dos árbitros', dirão os leitores... é claro que o mau desempenho do internacional João Ferreira não explica tudo. O Varzim amoleceu, como que da noite para o dia, recuou muito, e não reforçou as linhas adiantadas a tempo e horas. E aí Horácio falhou. É certo que Rui Miguel tem sido uma nulidade, mas pô-lo ao lado de Cícero desde os primeiros minutos da etapa complementar não teria sido mal pensado.
E para tirar quem? Nem mais nem menos do que Mendonça. E não é de agora, mas parece que o internacional angolano já está com a cabeça no Mundial ou coisa que o valha... em Vizela é que ele não esteve.
Ok, segurava a bola, ganhou faltas, estorvou uma vez por outra os defesas da casa... mas isso é pouco... muito pouco para um Pérola Negra que já conhecemos em melhores momentos de forma. Bem, ninguém nos ouviu... e do meio da segunda parte até ao fim, a equipa andou a arrastar-se no campo... e as substituições só começaram a ser feitas a dez minutos do fim.
Primeiro saiu Mendonça (já não era sem tempo) para entrar Anderson e depois saiu Pedrinho (completamente desfeito depois de uma bela exibição) para entrar o inigualavelmente nulo Rui Miguel. Como é que se aceita que um ponta de lança entre em jogo sem nunca incomodar os centrais adversários?
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Depois do 1-2, o sufoco dos da casa
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Antes já o Varzim tinha sofrido o golo de resposta do Vizela: bola a viajar dentro da área varzinista, defesa aos papéis, bola para Rafael Cadorin que tenta despachar para Bruno Miguel mandar um balão para a frente, mas a bola nem chega ao #13... é interceptada por Oseias que meteu o pezinho para a enfiar lá dentro... sem hipóteses para Ricardo.
Mais coisa menos coisa, faltava meia hora para o fim... e com o 1-2, o Vizela nunca mais foi o mesmo: tornou-se aguerrido, acreditou no empate e correu contra o prejuízo.
O Varzim foi sufocado e teve que se resguardar na defesa.
Ataque após ataque, o Vizela ia confirmando aos poucos aquilo que o golo do empate transformou em cruel realidade: o empate, a perda de dois pontos e a (quase) saída inglória do comboio dos que lutam pela promoção ao escalão maior.
Por mais que nos doa dizer isto, Bock (ou Super Bock como lhe chamam) deu justiça ao resultado. Mas o que doi mais é ver que o golo foi precedido de fora de jogo do avançado vizelense... uma vez mais se escreveu direito por linhas tortas com um erro de João Ferreira... um árbitro que sempre que pôde, empurrou o Varzim para os últimos metros do seu reduto, dispensou amarelos aos jogadores do Vizela por faltas semelhantes cometidas por jogadores do Varzim que acabaram admoestados... andou para ali meio desnorteado, mas sempre em prejuízo dos mesmos.
A época está a acabar... já nos habituamos aos voluntários erros dos senhores de amarelo contra o Varzim.
Ele há coisas que nunca mudam... uma tradição que ainda é o que era.
Com este empate, descemos para o sexto lugar com 45 pontos e dizemos praticamente adeus à Liga principal.
Fica para o ano?
Ou ainda podemos alcançar esse objectivo?
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O próximo jogo é em Olhão... no estádio José Arcanjo... vamos lá ver o que isto dá.
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Jogo no Estádio do FC Vizela, em Vizela
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Árbitro: João Ferreira (Setúbal)
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VARZIM: Ricardo; Nuno Ribeiro, Bruno Miguel, Pedro Santos, Rafael Cadorin; Tito, Emanuel, Figueiredo; Mendonça (Anderson, 82'), Cícero, Pedrinho (Rui Miguel, 84')
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INTERVALO: 0-2
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GOLOS: Pedrinho (16'), Emanuel (37')
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CARTÕES: Pedro Santos (25'), Cícero (27')
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MELHOR EM CAMPO: Tito – Deu bem para ver que nos últimos minutos da segunda parte, o médio defensivo alvi-negro já não estava ao rendimento máximo... mas nunca desanimou. Foi a todos os lances com garra e combatividade e ajudou a adiar o resultado final do jogo. Não foi a única grande exibição no colectivo alvi-negro: Ricardo, Nuno Ribeiro, Pedro Santos e Pedrinho rubricaram também exibições de grande nível.

3 comentários:

Ricardo Campos disse...

para o ano há mais...

ma disse...

Está difícil...não é muito previsível que nos jogos que faltam, as coisas evoluam de modo a alcançar um lugar de promoção, mas...vai-se jogando...e vendo

João Martins disse...

Obrigado uma vez mais pelo apoio e carinho demonstrado da vossa parte pela claque do Sporting da Covilhã, passamos por momentos complicados na claque a nivel financeiro, e a nivel da equipa a vitória no Barreiro no proximo fim-de-semana é fundamental para garantir a manutenção. Um abraço a todos os Poveiros!