segunda-feira, dezembro 22, 2008

Yazalde merecia outra despedida

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12.ª jornada - Domingo, 21 Dezembro, 2008

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Já se sabia que mais cedo ou mais tarde haveríamos de sofrer um primeiro desaire em casa.
Às vezes o que custa é ver a forma como isso acontece.
O Varzim perdeu o jogo por gritantes erros defensivos (dois golos em contra-ataque supersónico e um de canto com a defesa a ver passar navios) e devido a falhas infantis (aquela mão do Alexandre a meio campo... enfim!) e esqueceu-se que do outro lado estava um Gil Vicente bem organizado à espreita do erro do adversário.
Todavia, não atribuo a este Varzim menos vontade em vencer a partida.
Aliás foi isso que tornou este duelo de gigantes da Honra um jogo bastante interessante de seguir... electrizante a espaços. O Varzim sempre à procura de uma vantagem tranquilizadora e o Gil a procurar constantemente aproveitar as falhas defensivas do adversário... e quantas vezes esteve a equipa de Barcelos perto de marcar, não fosse Marafona aplicar-se a fundo e o sentido da marcha no marcador poderia ter sido bem diferente.
E é por isso que digo que o jogo foi equilibrado (apesar de ligeiro ascendente dos da casa), mesmo depois do primeiro golo da partida apontado de cabeça por Yazalde: a jogada começa num livre da esquerda apontado por Nuno Rocha que faz o esférico passar à frente da baliza de Marco sem emenda. Do outro lado, Alexandre capta e cruza para encontrar a cabeça do puto maravilha. Sem perdão! Era o início de uma exibição de ouro, que não seria contudo suficiente para dar aos adeptos uma boa prenda de Natal.
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Porque o Gil não baixou os braços e logo chegou à igualdade antes do intervalo.
No primeiro minuto dos descontos, João Vilela irrompe a grande velocidade pelo meio da defensiva alvi-negra e remata à passada para defesa incompleta de Marafona... Hermes surge mesmo a jeito e só tem de tocar lá para dentro.
1-1 ao intervalo e um sentimento de alguma justiça no marcador.
A segunda parte não foi diferente. Ambos os lados muito semelhantes na atitude em campo e a vantagem podia surgir para qualquer lado a qualquer momento.
E foi o Varzim que o conseguiu, novamente por Yazalde, novamente de cabeça... na sequência de um pontapé de canto, o #14 varzinista cola-se à boca da baliza e salta mais alto que os defensores gilistas. Marco nem se faz ao lance e a bola morre no fundo das redes gilistas.
Aí, o estádio veio abaixo... não apenas pela vantagem reconquistada mas principalmente porque na hora da despedida, na hora já (porque não) de uma certa saudade, Yaza merecia o aplauso e a alegria extasiada dos adeptos.
Um miúdo humilde, aplicado... que ontem cumpriu exemplarmente a sua missão... e vale a pena dizê-lo, ao longo de todos estes anos ao serviço do Varzim, esforçou-se para dignificar o clube de forma distinta e brilhante. Yaza despede-se do Varzim ostentando o título destacado de melhor marcador da turma poveira com cinco golos apontados em 12 jornadas.
Pena foi que frente ao Gil Vicente tal score não tenha sido suficiente para garantir o pleno de vitórias caseiras antes do Natal.
O Gil acabou com a festa varzinista aos 70 minutos. Uma jogada quase a papel químico da que viria a dar o primeiro golo aos visitantes. Igor Souza rasga a lateral direita e cruza a toda a extensão da grande área alvi-negra. Hugo Monteiro surge a grande velocidade ao segundo poste e na passada fuzila.
2-2 justo pela atitude dos forasteiros e pela ineficácia defensiva demonstrada pelo Varzim.
Mas o pior viria depois: Alexandre (que já tinha visto um cartão amarelo na primeira parte) corta uma bola com a mão no meio campo - num lance aparentemente pacífico. Duplo amarelo e rua... Proença não teve dúvidas e mandou o capitão para o balneário mais cedo.
Resultado: o Varzim deixou de existir e recuou, recuou, recuou até que aos 90 minutos (+ 2), num canto da direita que William aproveitou bem o espaço que lhe deram para desferir de cabeça o golo que valeu ao Varzim a primeira derrota em casa.
Um desaire que, apesar de tudo, não implicou um grande trambolhão na tabela.
O Varzim parte para as férias de Natal em quinto lugar com 17 pontos, a cinco do segundo que é o Santa Clara e a seis do líder Olhanense.
Nesta paragem para as festas da época, o balanço é francamente positivo em casa e bastante negativo fora de portas. O nosso desejo para 2009 é que haja um equilíbrio maior entre desempenhos caseiros e forasteiros.
Só assim se consegue voar mais alto... até ao topo que desejamos.
Feliz Natal para todos os varzinistas e amigos do Preto No Branco... e boas entradas!
Em 2009 cá estaremos outra vez.
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Foto: Varzim
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