Fogaças horribilis

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Eu sabia que a deslocação à Feira era difícil. Sabia que o Varzim ia enfrentar um dos melhores e mais bem apetrechados plantéis desta edição da Liga Vitalis. E por isso mesmo, acreditar que o Varzim pudesse sair do Marcolino de Castro com o mesmo resultado da época passada (1-2), talvez tenha pecado por excesso de lirismo.
O contexto era completamente diferente: foi a acção combinada da troca de treinador com a garra de um colectivo que contava, entre outros, com Mendonça, Marco Cláudio e André André. Desses, só o #25 se mantém. Mas, vindo de uma lesão, o seu rendimento esteve ligeiramente abaixo do habitual.
Mesmo assim, nunca pensei sair do estádio do Feirense vergado ao peso de quatro golos. Inicialmente, julguei que estava montado o cenário para um autêntico festim, onde o árbitro Artur Soares Dias assumiria o papel de 12.º jogador da equipa da casa. A grande penalidade que marcou aos quatro minutos (julgando uma falta???? de Neto dentro da grande área) só mesmo de cheque no bolso... e de choruda quantia. Tinha ao meu lado adeptos do Feirense que se riram da decisão do árbitro. Já antes, o lance que tinha dado origem ao penalty foi precedido de um lance polémico em que foi um jogador do Feirense o último a tocar a bola pela linha de cabeceira... com a mão.
Enfim, mas como o que conta é o que entra, Adilson facturou e o Varzim entrou no jogo praticamente a perder.
Aliás, à semelhança do que aconteceu há cinco meses. Mas não houve a mesma serenidade para contrariar o progressivo ascendente dos fogaceiros.
Entre uma ou outra reacção tímida, o Varzim conseguia aproximar-se da baliza adversária... mas a concretização é um problema. Bruno Moreira teve, pelo menos em duas situações, a oportunidade de cabecear com sucesso... mas mandou por cima.
Quem não marca sofre. 34 minutos: pontapé de canto da direita, com conta, peso e medida para o poderoso Elvis se elevar ao primeiro poste diante dos centrais varzinistas e 'toma lá mais uma'. Se o primeiro golo do Feirense foi fruto de uma decisão infeliz do árbitro, o segundo confirmava a superioridade da turma da casa e revelava aquele que, para já, ainda é um problema no Varzim: a defesa... um dos sectores que, em tempos, já foi dos melhores, agora é uma preocupação.
Não pela falta de valor dos seus elementos, mas pela sua juventude e falta de maturidade. Falhas evidentes que agravaram o score já na segunda parte. Sinceramente acreditei que, se marcássemos cedo na segunda parte, ainda podíamos alcançar - pelo menos - um empate.
Apesar do Varzim ter entrado com uma atitude muito mais decidida, a verdade é que nunca conseguiu inverter os papéis. E desmoronou-se ao terceiro do Feirense: uma falha incrível da defesa e um golo em que o próprio Marafona (tão importante para conter uma goleada ainda maior), saiu em falso e foi 'chapelado' por uma cabeçada de Helder Castro.
O Varzim partiu-se por completo... e até ao fim, mais um golo e mais uma falha clamorosa da defesa alvi-negra.
Até ao fim, ainda tivemos dois ou três lances perigosos mas Paulo Lopes esteve sempre à altura.
Podemos até considerar que uma derrota por quatro é um pouco pesada.
Mas quem perde por quatro merece perder. Foram muitos os erros cometidos. Eduardo Esteves reconheceu-os no fim do encontro.
Pois que nos sirvam de lição para o futuro.
Este Varzim é muito tenrinho para os 'gigantes' que se comprometeram com objectivos ambiciosos. O Feirense é um deles e viu-se o resultado: chapa 4.
Para a semana inauguramos a terceira ronda do campeonato, sexta-feira às 20:15, no Estoril.
Por ser dia de trabalho, nunca chegaria a tempo para ver o jogo... ainda bem que dá na SportTV.
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