Fosse sempre como na primeira parte

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Demolidor! O Varzim foi demolidor na primeira parte.

Para que se tenha uma ideia, só nos primeiros 15 minutos houve: dois livres (favorecidos pelo vento) à entrada da área, um deles de defesa muito apertada para Paulo Santos, um remate perigosíssimo de Mendes ao poste e uma cabeçada de Bruno Moreira, que passou a escassos milímetros da baliza do Estoril, com o guarda-redes completamente batido. Muito mais posse de bola para a turma poveira e um Estoril encolhido e atrapalhado lá atrás na defesa, tentando evitar aquilo que, pouco depois... e de forma extremamente previsível... viria a acontecer.

Aos 25 minutos, num contra-ataque venenoso, Mendes e Nelsinho aproveitaram a descompensação da defesa estorilista e, em sucessiva troca de bola, demoraram dois segundos do grande círculo à meia lua. No 'passe de morte', o extremo esquerdo assistiu o #10 que aproveitou o adiantamento de Paulo Santos e picou a bola em jeito lá para dentro. Futebol bonito, corridinho e um golo espectacular.

A vantagem justificava-se inteiramente, fruto de uma superioridade inquestionável.

Arrisco dizer que bastaria toda a primeira parte, mas sobretudo os primeiros 25 minutos, para ajudar a esquecer o descalabro da semana passada.

Foi um Varzim apostado em limpar a má imagem deixada em Santa Maria da Feira.

E conseguiu. Depois do golo inaugural, houve empenho total na busca do segundo: a poucos minutos do fim da primeira parte, na jogada mais flagrante que poderia ter resultado em golo, Gonçalo Abreu podia ter ampliado o score mas um remate cruzado do lado esquerdo chocou na rede mas do lado de fora, quase a tirar tinta ao poste direito da baliza.

Do primeiro para o segundo tempo, mudança de campo, o Estoril - a jogar a favor do vento - apostou quase sempre nas transições rápidas em contra-ataque... e o Varzim sem fôlego para equiparar o desempenho produzido durante os primeiros 45 minutos: o meio campo tornou-se mais permeável (não fosse a entrega de Tito e a coisa podia ter azedado ainda mais), a defesa começou a sentir dificuldades - fruto do recuo progressivo para as zonas mais recuadas do terreno - e a posse de bola transferiu-se para os canarinhos às ordens de Helder Cristóvão.

Em suma, o domínio passou para as mãos do Estoril que, depois de afinar a mira, aproveitou da melhor forma uma defesa incompleta de Marafona, perante a passividade dos defesas poveiros.

Faltava ainda cerca de meia hora para o encontro terminar e o resultado podia pender para qualquer dos lados. Foi mais esclarecida a equipa estorilista que na segunda parte esteve sempre mais perto do segundo golo do que o Varzim. O segredo? A velocidade dos alas que deram água pela barba a Telmo e Caetano... e depois a Tiago Lopes (que entrou a substituir Mendes... porquê que não deu lugar a Vítor Junior? Eduardo Esteves lá saberá...).

Do outro lado, o Varzim lutou contra a defesa adversária e contra um opositor de peso: o mesmo vento que na primeira parte ajudou a intimidar os da casa, por várias ocasiões travou o avanço dos varzinistas no relvado.

No fim, o empate aceita-se e fundamenta-se na lógica da repartição de domínios: a primeira parte foi do Varzim... e os poveiros facturaram; o segundo tempo pertenceu aos da casa... e estes igualaram a contenda.

Mais simples não podia ser. Mas continua a faltar a primeira vitória.

O encontro com o Chaves realiza-se só a 20 de Setembro.

Pode ser o jogo ideal para alcançar um primeiro triunfo em casa.

Há muito tempo para preparar a partida. Só podemos esperar um bom resultado.

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