A conquista da tranquilidade

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21.ª jornada

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O triunfo de Santa Maria da Feira traz à luz uma série de evidências irrefutáveis: a primeira é a de que a equipa sabe jogar bem e a segunda é que a chicotada psicológica deu resultado. Por outro lado, ficou também provado que neste momento, o Varzim precisa de um treinador que, mais do que ter nome na praça, precisa de ter a equipa na mão... conhecer bem os atletas e conquistar a confiança deles.

No fundo um homem que, por ser da casa, seja capaz de aliviar a tensão de balneário instalada durante o consulado de Rui Dias e agravada pela mãe de todas as crises: os salários em atraso.

Foi neste cenário (aparentemente) adverso que Eduardo Esteves trabalhou apenas três dias com a equipa antes da deslocação difícil ao terreno de um (inicialmente improvável mas agora proeminente) candidato à subida de divisão.

Um Feirense invencível no Marcolino de Castro... qual fortim inexpugnável... diante de um Varzim que já conheceu melhores dias na Póvoa mas que fora de casa tem sido uma verdadeira desgraça.

Bastava que os níveis emocionais da equipa cedessem a estes factores para que tudo voltasse a correr mal.

E mais parecia que sim: os adeptos voltaram a ver um filme tantas outras vezes visto esta época... entrar em desvantagem no marcador e logo na primeira jogada do encontro.

A causa: uma clamorosa falha defensiva na marcação de um pontapé de canto, que permitiu ao possante Perez elevar-se com sucesso ao primeiro poste ante os apáticos centrais varzinistas.

Mas o que aparentava ser a sina revisitada foi, afinal, uma simples coincidência.

Em vez de definhar, o Varzim reagiu e cresceu na partida, com movimentações inteligentes.

Mendonça e Marco Cláudio (diz-se por aí, mal amados por Rui Dias) estiveram em evidência.

A eles o Varzim deve o facto de ter tido mais posse de bola e acerto na hora de trocar o esférico. Verdadeiros estrategas do sucesso!

Do outro lado, faltava substância ao domínio da turma da casa.

E o Varzim aproveitou... exactamente no momento em que o empate já era o resultado mais justo.

Mendonça aproveita uma falha de marcação na sequência de um livre da esquerda, batido por Emanuel, que passa pela cabeça de Marco Cláudio e cai aos pés do internacional angolano que toca certeiro e fora do alcance de Helder Godinho.

Aí se percebeu que tínhamos Varzim para lutar pela vitória.

O golo serenou os poveiros e perturbou os homens de Francisco Chaló que viram os forasteiros carregar no acelerador e chegarem perto da vantagem.

A poucos minutos do apito para o descanso, Emanuel disparou uma bola de ressaca a escassos centímetros da baliza do Feirense.

Veio o intervalo com um justo empate e uma segunda parte a fazer lembrar o melhor dos jogos do Varzim na Póvoa: raça, determinação, vontade de tomar conta do jogo... e o Feirense a ser empurrado lá para trás.

Até que, com mais naturalidade do que no primeiro tempo, o Varzim volta a marcar aos 70 minutos: Mendonça solta a bola para André André que, do bico da grande área, saca um arco de belíssimo efeito... Godinho fica pregado ao chão e a bola entra no vértice entre a trave e o poste.

Anestesia geral no Feirense... a equipa da casa sumiu-se e o Varzim atingiu o ponto máximo de domínio das operações.

A tal ponto que a vantagem até podia ter engordado... embora o Feirense não o merecesse. Jorge Leitão afasta um remate (creio que do Mendonça) com a mão dentro da grande área. Olegário Benquerença assinalou (e bem) a respectiva grande penalidade que Nuno Gomes falhou, permitindo a defesa ao guarda-redes do Feirense.

Um momento que galvanizou a equipa da casa que ainda dispôs de seis minutos de compensação para fazer a cabeça em água à defesa do Varzim.

Por sorte nossa e desacerto deles o triunfo acabou por nos sorrir... o primeiro fora de casa esta época depois do último conquistado em Vila do Conde frente ao Rio Ave (0-1) a 27 de Abril de 2008.

O Varzim da recém iniciada era Eduardo Esteves não podia ter estado melhor.

Interessante será perceber como é que a equipa se vai comportar já na próxima jornada em casa, frente ao Beira Mar.

O novo treinador não tem dúvidas: a equipa vai vencer.
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