O mais grave da derrota de ontem não é a exibição, a falta de golos, a falta de capacidade para recuperar da desvantagem no marcador. Esses têm sido os nossos problemas crónicos ao longo de todo o campeonato. E a factura está à vista.
A história de ontem conta-se num curto raciocínio: o Varzim foi superior em toda a linha na primeira parte, mas falhou na concretização. O Trofense aproveitou bem o desacerto dos poveiros e foi eficaz: marcou logo a abrir o segundo tempo e até podia ter feito um estrago maior. A trave impediu que tal acontecesse. Perdemos 0-1. E, pelo que (não) fizemos no segundo tempo, não é escândalo nenhum.
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-Exigia-se mais um triunfo capital para prosseguir a luta a caminho da manutenção que tarda. Mas com a derrota, vimos os nossos adversários directos na fuga à despromoção (Covilhã e Chaves) aproximarem-se perigosamente. A ponto de, agora, já não termos mesmo nenhuma margem de erro. E há nesta série, encontros que podem ser decisivos: a recepção ao Penafiel, a deslocação ao Cartaxo para enfrentar o (condenado) Carregado... duas oportunidades para arrancar pontos fundamentais... e um Varzim x Covilhã de última jornada, verdadeiramente impróprio para cardíacos.
Melhor seria se a manutenção já fosse uma realidade nessa altura, mas temo que, depois da pobreza de ontem, tudo seja (ou esteja) bem mais difícil.
Porque a pressão aumenta e, sinceramente, temo mais pela juventude deste plantel do que pela sua qualidade. Essa ficou bem patente em tantas outras exibições bem conseguidas, mas que não tiveram o desfecho mais merecido.
Enfrentemos os factos: o Varzim está a perder gás na luta pela manutenção e, se a tendência não se inverter (ou seja, se não alcançarmos JÁ duas ou três vitórias consecutivas) arriscamos terminar a época de calculadora na mão... e com as mãos na cabeça.
Resolvidos (ou quase resolvidos) que deverão estar os problemas que - aparentemente - serão a razão para tão fraco desempenho, a solução deste imbróglio está nas mãos dos jogadores. E na capacidade da equipa técnica lhes transmitir a motivação que se impõe, em nome de uma vitória cuja necessidade é absolutamente imperiosa.
E, até ver, ainda só dependemos de nós para nos salvarmos do abismo.
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