sexta-feira, outubro 07, 2005

Crise do Varzim pode ter os dias contados


Texto: Black & White com edição fotográfica de PoveiroDeGema

Presidente: José Manuel Lopes de Castro
Nascido em: 16-12-1957

Natural de: Póvoa de Varzim
Objectivo: «Assegurar a viabilidade do Varzim»


Preto No Branco – Disse em entrevista a meio da época passada no jornal «O Varzim» que o clube atravessava o pior momento da sua história de quase 90 anos. Continua a ser sua convicção de que assim é?
Lopes de Castro – Se quisermos ser sérios, diria que o Varzim ainda continua a atravessar o pior momento da sua história. Não podemos confundir resultados desportivos com razões de natureza financeira e económica. É evidente que quem tem vindo ver os jogos nota que a equipa (salvo algumas exibições menos felizes) está mais equilibrada, muito melhor. Se calhar, esta direcção teve sérias dificuldades em formar um plantel (porque nunca nos vamos esquecer que no dia seguinte às eleições de 16 de Maio era preciso estar no mercado a contratar jogadores), ninguém faz milagres, e isso reflectiu-se durante toda a época passada.
Já esta época foi mais bem pensada, houve trabalho e o resultado vê-se numa equipa francamente mais competitiva e que nos vai dar muitas alegrias esta época.

PB – Mas isso não invalida que a direcção e os varzinistas não se preocupem com o lado financeiro do Varzim, que é sem dúvida o mais difícil…
LC – Claro que não. Infelizmente em relação ao período em que foi realizada essa entrevista, a situação piorou bastante. A meio da época passada ainda não se tinha iniciado a inspecção das Finanças ao clube. Agora já temos o relatório nas mãos e a conta é muito pesada. São 673 mil euros que se somam ao que já devíamos.


«DEVEMOS 1360000 EUROS AO ESTADO (…) PARA O VARZIM ISSO É INCOMPORTÁVEL»

PB – E o total é…
LC – Grosso modo devemos ao Estado 1360000 euros. É muito dinheiro para qualquer clube de futebol, mas para um clube como o Varzim é incomportável.


PB – E salários em atraso? O Varzim tem alguma situação pendente?
LC – Não. Regularizámos todas as situações que vinham de épocas anteriores e este ano, até à data, temos sido escrupulosamente cumpridores com jogadores e funcionários do clube.


PB – Voltando às dívidas herdadas, receia que venham mais ‘surpresas’?
LC – Penso que não haverá mais ‘surpresas’. A realidade está identificada e controlada… agora temos de encontrar soluções.


PB – A direcção do Varzim estava a tentar negociar com as Finanças uma solução para que o Estado não pusesse as mãos no património do clube. Em que pé estão essas conversações?
LC – Não têm sido fáceis. Nós estamos em permanente contacto com o Ministério das Finanças e vamos continuar com esta urgência de responder em tempo útil às solicitações da administração fiscal porque há directivas muito precisas para actuarem com toda a força nos clubes de futebol. Há que ter cuidados, porque se em clubes de maior dimensão estas situações podem não provocar mossa, no nosso caso pode-nos mesmo matar.

O VARZIM CONTINUARÁ A RECLAMAR MONTANTES QUE GARANTE TER PAGO

PB – Mas existe esse perigo iminente neste momento… o do Varzim fechar as portas por falta de dinheiro e dívidas amontoadas?
LC – Independentemente do que levou a este descalabro, esta direcção está a discutir com as Finanças até que ponto é que montantes que nos são exigidos têm que ser pagos. Alguns, e julgo que temos razão, nunca poderemos ser obrigados a pagar. Lembro uma dívida de cerca de 100 mil euros que as Finanças exigem que paguemos, quando na verdade o clube já saldou esse montante ao abrigo do Totonegócio/Plano Mateus. Aqui o Varzim tem razão e vai provar até ao fim que a tem. Portanto estamos e vamos continuar a reclamar uma ou outra situação, sem que isso a uma mera forma de ganhar tempo.


PB – Mas a verdade é que, enquanto as dívidas estão em contestação, também se ganha algum tempo…
LC – Sim, mas mais importante do que isso é sabermos quanto é que devemos de facto. E o tempo de que falávamos é, isso sim, uma condição fundamental para que possamos ter margem de negociação com o Ministério da Finanças.


PB – E depois desse período de negociação? Aí é que o Varzim vai perceber se tem ou não condições para saldar a dívida e se pode mesmo manter as portas abertas.
LC – Exactamente. Nós não temos hipótese nenhuma de fugir a esta realidade e vamos ter que resolvê-la sem esconder nada a ninguém.


PB – E que soluções estão no horizonte do Varzim?
LC – Um procedimento extra-judicial que nos permite quantificar a dívida e saber que temos um conjunto de 60 prestações para a pagar. Essa pode ser uma solução, e que se afigura vantajosa porque deixamos de pagar 12% ao Estado e pagamos apenas 2,5%.
Depois há que ir em busca das alternativas: receitas extraordinárias que permitam saldar imediatamente as nossas dívidas, assim nós saibamos quanto devemos.


PB – E como se consegue captar essas verbas?
LC – As receitas extraordinárias em futebol conseguem-se com a venda de jogadores (e neste momento ainda estamos no mercado a tentar concretizar um ou outro negócio) ou eventualmente através da instalação de um posto de combustíveis, de onde as receitas reverteriam a favor do clube. Já diferentes direcções falaram nisto e fizeram promessas nesse sentido e nós continuamos com essa preocupação.

POSTO DE ABASTECIMENTO DO VARZIM PODERÁ FICAR NA ‘VIA B


PB – E a Câmara está receptiva à ideia?
LC – De todas as vezes que reunimos na Câmara, este é sempre o ponto 1 da nossa agenda. E a resposta que a autarquia nos tem dado ultimamente é que essa possibilidade existe. Nós solicitámos a instalação dessa infra-estrutura numa determinada zona da cidade, mas foi-nos dito que tal não seria possível, porque o terreno já estava entregue a uma receita da Câmara (na entrada da Avenida do Mar). Por alternativa sugerimos a Via B, porque julgamos que vai ser uma excelente via de comunicação da Póvoa e foi-nos dito que aí há de facto a tal possibilidade.
A concretizar-se esse cenário, a receita extraordinária resultante ajudar-nos-ia a resolver alguns compromissos. Por outro lado, é algo que pretendemos dar aos sócios para além de apenas idas ao futebol. Com a vantagem de, eventualmente, beneficiarem de um desconto nos abastecimentos por serem sócios do Varzim. De resto, como sabem, assinámos há pouco tempo um protocolo com a AXA… e tenho recebido os maiores elogios de algumas pessoas que já testaram os produtos disponibilizados por esta parceria e, contas feitas, um produto basta para pagar todas as quotas do ano. Isso é fantástico.

PB – Mas não é suficiente.
LC – É claro que não. Nós temos mais 30 protocolos para assinar, mas estes de âmbito mais local: uma casa de óptica, uma clínica médica, ourivesarias… empresas da Póvoa dispostas a colaborar connosco e que também vão perceber que é bom ter os sócios do Varzim (cerca de 6000 pessoas) a visitarem-nos regularmente. A vantagem recai justamente sobre o sócio do Varzim que pode usufruir de uma série de regalias, para além de ir ver futebol.

«O VARZIM TEM QUE SER UMA MARCA»

PB – Portanto uma espécie de ‘marca Varzim’ muito mais do que apenas ir ao estádio de 15 em 15 dias.
LC – Nem mais. O Varzim tem que ser uma marca e trazer valor acrescentado, não só à comunidade, mas também ao sócio que deixará de pegar no cartão só para ir ver os jogos em casa, mas passará a utilizá-lo diariamente para tirar partido dos benefícios que, ao abrigo dos acordos celebrados, podemos proporcionar. Nada que já não estejamos habituados a ver nos chamados clubes grandes (FC Porto, Benfica e Sporting) que têm uma massa crítica bastante diferente da nossa.


PB – Duas questões diferentes, mas que se prendem com o problema da dívida do Varzim: primeiro, os críticos desta direcção que lamentam o facto do presidente apenas estar preocupado em apontar o dedo aos seus antecessores pela actual situação do clube em vez de encontrar formas de a resolver. Que leitura faz desta posição assumida por alguns sectores?
LC – Tenho seguido essas críticas e sei que algumas são do domínio público, uma vez que estão inscritas em alguns espaços de comentário do blog Preto No Branco. Mas a leitura que faço é esta e é muito simples: se alguém tem dúvidas que esta direcção não está empenhada em resolver os problemas do clube, eu diria a esses críticos que foi esta mesma equipa que pediu e avalizou um financiamento bancário para que este clube hoje exista. Coisa que não seria possível se não o tivéssemos feito. E dizemos isto porque era mesmo isso que teria acontecido. Os sócios do Varzim não podem nem devem pensar que esta direcção está numa ‘Caça às Bruxas’. Quando nós informamos sobre a actual situação do Varzim não pretendemos mais nada a não ser isso mesmo. Não pretendemos atacar ninguém. E se há críticas, eu prefiro que os sócios as façam no sítio certo. E esse é a Assembleia Geral do clube. Apareçam, falem, digam de sua justiça. Estamos abertos a ouvir todos.

«HÁ PESSOAS QUE QUEREM QUE O CLUBE MORRA PORQUE AINDA PENSAM QUE VÃO FAZER UM NEGÓCIO COM OS TERRENOS»

PB – Mas essa é também uma crítica que lhe fazem: não estar disposto a ouvir as críticas. E já que falou no financiamento, essa atitude da direcção também mereceu as críticas dos mesmos que discordam das orientações da direcção Lopes de Castro.
LC – Pois. E eu sei muito bem porquê. Primeiro porque permite que o Varzim viva e o problema é que há pessoas que querem que o clube morra porque ainda pensam que vão fazer um negócio à custa dos terrenos do Varzim. O que é que há a criticar nisso? Criticável seria se cruzássemos os braços e deixássemos o Varzim apodrecer por causa de uma qualquer vigarice. Mas quando forem públicos os valores que esta direcção vai apresentar pelo terrenos do Varzim, as pessoas vão finalmente perceber porque é que algumas pessoas falam e criticam. Obviamente não faremos isso agora… só em Assembleia Geral perante os nossos sócios, porque é a eles que devemos todas as explicações com transparência e sem subterfúgios.
Os números que se falavam sobre estes terrenos ainda estão frescos, as pessoas conhecem-nos. Ora, vamos compará-los com os nossos. E aí será mais fácil entender porque é que algumas pessoas estão preocupadas.
E se o Varzim está a competir, esta direcção pode pôr mais uma promessa eleitoral de pé: um estádio e um centro de formação que ainda vão pagar o passivo do clube.
Por isso, no entender dessas pessoas, esta direcção está a fazer uma maldade, porque está a renovar o Varzim, dotando o clube de infra-estruturas capazes, preparando-o para um futuro de muitos e longos anos, ao contrário do que seria a vontade dessas algumas pessoas.

PB – Portanto houve uma acção deliberada para acabar de vez com o Varzim.
LC – Eu tenho tido cuidado com as palavras e na forma como se aborda isto, até porque há na anterior direcção pessoas com quem eu gostaria imenso de trabalhar hoje. Não podemos meter tudo no mesmo saco. De tudo o que se passou há muita ignorância que, por exemplo, se paga muito caro com o resultado publicado no relatório das Finanças.

PB – Pode dar exemplos?
LC – Sim. A utilização das off-shores para concretizar negócios do clube foi-nos tributada autonomamente em 70%. Quem paga? O Varzim e o Varzim não é A nem B. É a direcção que está aos comandos do clube; já quanto às despesas não documentadas (cerca de 200 mil euros), isso não é ignorância nenhuma. E nós fomos tributados autonomamente sobre esse montante em 70%. Outra vez, quem paga isto? O Varzim. E quem fez isto sabia bem o que estava a fazer.
Agora eu sei que é muito cómodo passar responsabilidades, desaparecer e lançar as críticas do lado de lá da barricada. Nós não queremos tapar nada nem desviar as atenções de ninguém e se nós tivéssemos dúvidas sobre a viabilidade do Varzim não teríamos pedido um empréstimo de 750 mil euros. Se tivéssemos dúvidas sobre se estávamos ou não no caminho certo, estaria preocupado. E, sinceramente, quanto a isso não estou preocupado.
Aliás, posso dizer-vos em primeira mão que esta direcção tem em carteira propostas efectivas para o Projecto Varzim: não vos vou dizer nomes de empresas nem montantes, mas temos propostas que algumas pessoas com quem já falei consideram positivamente inacreditáveis.


NOVO ESTÁDIO, ACADEMIA DE FORMAÇÃO E ANULAÇÃO DO PASSIVO… TUDO DE UMA SÓ VEZ. PROJECTO VARZIM SERÁ VOTADO EM ASSEMBLEIA GERAL ATÉ AO FIM DO ANO.

PB – Mas estamos a falar de ajuda financeira, mais parcerias…?
LC – Estamos a falar de um negócio em que o Varzim dispõe de um terreno e recebe em troca um estádio e um centro de formação, anulando o passivo do clube. Tudo isto vai ser quantificado.

PB – Portanto, ao fim de tanto tempo, o Varzim vai mesmo acabar por ter um estádio novo?
LC – Não tenham a mais pequena dúvida. Vamos ter centro de formação (no mínimo com quatro campos de treino), vamos ter estádio novo com excelentes condições, coberto, com 10 mil lugares, vamos pagar na totalidade o passivo do clube e muita gente vai ficar triste porque este clube tem saída para os seus problemas. Para muitos o ideal no Varzim era «quanto pior, melhor» e eu sei que há muita gente que não vai gostar nada disto. Agora para os verdadeiros varzinistas e, acima de tudo, para os poveiros esta vai ser sem dúvida uma grande notícia.

PB – E isso vai acontecer ainda no mandato desta direcção?
LC – Seguramente.

PB – Dentro de quanto tempo?
LC – Até ao fim do ano, este dossier vai ser apreciado em Assembleia Geral. E antes disso vamos esclarecer toda a gente sobre aquilo que realmente pretendemos. Vamos publicar uma brochura onde as pessoas poderão consultar todos os pormenores para que possam avaliar, criticar e contribuir para eventuais alterações ainda antes de votarem. Por isso, desenganem-se os maldosos que julgam que andamos apenas a resolver a crise financeira do Varzim. Nós temos tido reuniões permanentes com o Grupo de Trabalho que se comprometeu a lançar o projecto do novo estádio, com a Câmara (por causa de uma eventual aquisição dos terrenos do aterro sanitário… aguardamos uma resposta depois das autárquicas), com o Gabinete de Arquitectura e com especialistas da área fiscal, porque este negócio trará muitas mais valias e não queremos que o Varzim seja penalizado. Por isso, estamos todos a olhar para o melhor futuro do Varzim.


PRIMEIRO OBJECTIVO: MANUTENÇÃO NA LIGA DE HONRA

PB – Quanto à época desportiva, disse a abrir esta entrevista que temos uma equipa capaz de trazer muitas alegrias, um treinador que merece toda a confiança da direcção. Até onde pode ir o Varzim esta época?
LC – Vamos ser realistas e não vamos criar falsas expectativas porque esta época, em que sobem apenas dois clubes à Liga e descem seis à II B, é perfeitamente atípica. Este fenómeno merece-nos todo o cuidado porque para o Varzim é fatal descer de divisão, porque deita por terra todos aqueles bons projectos que podem salvar o clube.
Por isso, o nosso primeiro objectivo é mantermo-nos na Liga de Honra para assegurar a viabilidade futura.


PB – Mas não era melhor para o Varzim subir já de divisão?

LC – É claro que isso resolvia-nos metade dos problemas, desde que tivéssemos equilíbrio nas nossas contas.


PB – Mas não vê que isso seja possível já este ano?

LC – Vocês têm visto os nossos jogos, viram a pré-época e pelos jogos que temos feito até agora (salvo uma ou outra exibição menos boa). Não direi… ao contrário de outros… que somos já candidatos à subida ou que até já estamos lá perto. Primeiro porque é muito cedo para fazer essas contas, depois porque não vamos colocar as expectativas altas demais para não termos uma desilusão. Agora, acredito que temos equipa, um plantel equilibrado com soluções, unido, com grandes profissionais, mas temos um campeonato longo e difícil. Temos que pesar todas condicionantes.


PB – Mas se no último terço do campeonato houver condições?

LC – Aí teremos de ponderar. Não podemos enganar as pessoas. É claro que se tivermos condições desportivas e financeiras para disputar os dois primeiros lugares, pensando já em disputar um campeonato mais exigente sem sobressaltos, então aí apostamos tudo sem problemas. Eu tenho insistido muito com os jogadores nesta ideia: o Varzim faz 90 anos em 25 de Dezembro próximo. E era bonito assinalar a efeméride, dando uma prenda aos nossos sócios.


LIVRO E BANDA DESENHADA COM 90 ANOS DE VARZIM

Queria também aproveitar a oportunidade para dar outra noticia em primeira mão: vamos editar um livro sobre os 90 anos de história do Varzim e uma banda desenhada para os mais novos. Portanto, duas edições no âmbito dos 90 anos do Varzim.
Mas antes disso, estamos a pôr de pé um projecto de divulgação do Varzim no nosso concelho: pretendemos lançar uma caderneta com os nossos jogadores, incluindo os miúdos dos Tarrotes. Pensamos movimentar com esta iniciativa cerca de 400 cromos por caderneta.
Este é um projecto claramente para ganhar dinheiro. Sabemos que estamos deficitários e temos que nos socorrer de todas as formas possíveis para facturar. Além disso, sabemos que isto vai dar um certo gozo aos miúdos que poderão não só adquirir a caderneta com os seus ídolos do Varzim, mas também ver a sua própria fotografia figurar ao lado dos mais velhos.


JANTAR DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS REALIZA-SE EM NOVEMBRO

PB – Aproveitando a deixa e o facto do Varzim estar deficitário, importa perceber até que ponto é que as entidades que podem dar a mão ao clube já perceberam isso: entre a Câmara e os privados (leia-se o tecido empresarial poveiro) alguém já assumiu claramente a disponibilidade para ajudar o Varzim em caso de necessidade?
LC – Já. E digo-vos que várias pessoas me têm abordado, perguntando-me quando é que o Varzim vai organizar um jantar de angariação de fundos. Vamos fazer isso em Novembro, porque sabemos que há pessoas que querem ajudar o Varzim. Não o fizemos no ano passado por diferentes razões, mas achamos que o próximo mês é a altura certa para fazermos essa iniciativa. À partida quem vai contribui sempre. Até lá temos a nossa situação controlada.
A maior parte dos contribuintes (senão mesmo a totalidade) são sócios do Varzim, mas mesmo assim vamos apresentar-lhes olhos nos olhos a situação que o clube atravessa à data. Queremos também apresentar-lhes um pouco daquilo que será o Projecto Estádio porque se eles se mostram disponíveis para ajudar o Varzim, é justo que lhes mostremos aquilo que pretendemos para o futuro.


SÓCIOS NÃO DEVEM DESISTIR AGORA

PB – Os sócios anónimos também serão chamados a contribuir nesta iniciativa?
LC – Isso é elementar. O que eu espero é não ter surpresas. Vamos esperar pela emissão dos novos cartões em Janeiro, com todas aquelas regalias para ver se com a renumeração perdemos muitos ou poucos sócios. É preciso passar a palavra: os sócios não devem desistir agora. Isso não era bom para eles, mas acima de tudo não era bom para o Varzim. Dêem tempo até que comecem a ser visíveis os efeitos das parcerias que temos conseguido porque, em última análise, os associados serão os primeiros a beneficiar.


PB – Em termos de mobilização da massa associativa, há ideias para pôr os varzinistas a seguir a equipa… principalmente nos jogos fora de casa… por exemplo através de um protocolo com empresas de transportes da Póvoa, para que se garantisse uma espécie de p
acote com viagem e bilhete a preços acessíveis? Já pensou nisso?
LC – Eu tive recentemente uma reunião onde foi abordado justamente esse ponto e sei que há clubes (nomeadamente o Beira Mar) que está a organizar viagens em pacote bilhete e deslocação para levar os seus adeptos de forma organizada a ver os jogos da equipa fora de casa. E daí eu ter perguntado: «o quê que nós podemos fazer para que a nossa gente possa ir ver os jogos fora sem os encargos da gasolina, das portagens e sem o cansaço de terem de conduzir muitos quilómetros para irem ver o Varzim?»
Contactámos os clubes adversários, conseguimos protocolar um preço de bilhete para os nossos adeptos (10 €), pedimos-lhes que disponibilizem o número necessário de ingressos para a zona do estádio que nos está destinada. E em contrapartida, esse será o valor que vamos cobrar aos nossos adversários quando eles vierem à Póvoa. Quanto a essa ideia de disponibilizar transporte e ingresso para os jogos fora, permite-nos dar uma solução muito mais atractiva e confortável para os nossos adeptos e que lhes permite algo que é muito salutar: o convívio entre varzinistas.
Quanto ao transporte propriamente dito, vamos tentar negociar com a Linhares ou com a Ronda uma solução que lhes seja vantajosa e que passa pela prestação de um pacote oferta para sócios do Varzim que inclua viagem e bilhete para o jogo.
Queremos ver se isso já é possível na próxima jornada frente ao Barreirense, porque é um jogo fora e é a primeira grande deslocação do Varzim esta época.


PB – Para terminar, que mensagem dei
xa aos varzinistas? Nomeadamente aos cibernautas que frequentam habitualmente o Preto No Branco?
LC – Nós temos acompanhado com muita atenção o vosso trabalho e muito nos orgulha saber que nem só na direcção do Varzim encontramos pessoas que vestem a camisola do clube. Vocês também o fazem e com isso dignificam o Varzim. E essa é a primeira parte da mensagem que eu gostaria de deixar a quem vos visita. É um orgulho para a direcção do Varzim e um motivo de sincero agradecimento que deve ser extensível a todos os varzinistas. Daí o meu apelo para que eles apareçam neste espaço e, porque este lhes dá a possibilidade de comentarem, pois que comentem. Mas comentem construtivamente. E isso não significa que tenhamos todos que concordar com o mesmo, até porque é da discussão de ideias que vamos construindo um Varzim melhor todos os dias.
Os vossos destinatários, são todos. No fundo a Internet chega a toda a gente, mas há uma incidência maior para o público jovem, que não lendo jornais com tanta frequência, interessam-se na mesma pelos assuntos e procuram formas alternativas, mais atractivas de chegarem às informações que pretendem. Isto considerando números exactos no que diz respeito, por exemplo, às vendas do jornal do Varzim em papel que sabemos que não ultrapassam os 250 exemplares por número.
Sentimos isso também na página oficial do Varzim que já leva aproximadamente 14000 visitas e também lá se conta muito do dia a dia do clube, tal como vocês fazem aqui no blog.

3 comentários:

Ricardo Campos disse...

Antes de mais, os meus parabéns por mais este excelente trabalho dos autores do nosso Blog.
A entrevista está excelente.
Penso que cada vez mais se notam as diferenças entre esta direcção e as anteriores, numa postura muito mais séria, profissional e responsável. No entanto,não sei se o nosso presidente irá ler este comentário, salvaguardo que em minha opinião muito mais pode ser feito e melhorado no clube, na direcção e relação com sócios, clubes adversários e media (muito importante para mim o saber receber e mostrar profissionalismo e eficiência, vendo bem a nossa imagem de qualidade e trabalho).
Gostei muito de ler acerca do projecto do novo estádio, centro de formação e cobertura do passivo, muito interessante e atractivo, se bem que megalómano ou não, o tempo e os números o dirão. Gostei também da ideia dis transportes para os jogos e packs viagem-bilhete, bem como a negociação de preços e as novas parecerias em estudo ou o posto de abstecimento.
Mas a ideia mais fantástica é para mim a da caderneta de cromos. Os meus parabéns a direcção! Era uma ideia já falado entre o meu grupo de amigos adeptos d Varzim e penso que só trará benefícios uma vez que se conhece a febre dos cromos nos miúdos, ainda para mais introduzindo as fotos dos mais novos também.
Parabéns a todos por esta entrevista.
Juntos podemos ser mais fortes e chegar onde os verdadeiros Varzinistas realmente desejam.

Ala-Arriba Varzim!
[Tribunal] - Superior Sócios

Peliteiro disse...

Muito bem, bela entrevista.
O Varzim está em boas mãos, vê-se, o Presidente é um homem sério e competente.

Pacheco Ferreira disse...

Parabéns

Excelente entrevista ao meu amigo Lopes de Castro.

Palavras para quê?

Pela primeira vez o Varzim têm um presidente que sabe o que quer.

O meu voto de confiança.

É pena que ainda não tenha entregue a auditoria ao ministério publico.